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terça-feira, 31 março 2020

Colunista volta seu olhar para a solidariedade e sentencia: o vírus não resistirá à ação de um povo solidário

A expansão do covid-19 continua muito rápida por todo o Brasil. As medidas de isolamento servem para frear a curva de contaminação (que pode se tornar mais dramática na medida em que se aproxima de um pico agudo) – quanto mais achatada for – menor será a taxa de contaminação e, portanto menor será a taxa de ocupação de leitos nos hospitais pelo Brasil. O maior problema surge quando se der a saturação no numero de leitos – por ser uma doença respiratória, nos casos mais graves são necessários os respiradores (que existem em uma quantidade limitada). Portanto, reduzir a taxa de contaminação passa a ser fundamental. Neste sentido, um passo adiante a limpeza das mãos passa a ser necessário.

Mesmo em quarentena, continuamos a manter contato com o mundo exterior – compramos pão, encomendamos frutas e verduras pelo aplicativo no celular, tocamos maçanetas, manipulamos chaves e digitamos nas maquinetas de pagamento.

A etapa fundamental para impedir a entrada do vírus em nossa casa depende da criação de normas de acesso – sempre que retornarmos da rua ou recebermos qualquer entrega precisamos acessar a área suja – um espaço destinado para a desinfecção das roupas e produtos. Nesta área deve permanecer o cartão de crédito, os sapatos e toda a roupa usada externamente. A limpeza de maçanetas e chaves com hipoclorito de sódio (ou álcool 70) deve ser constante, assim como o cuidado com a área de circulação dos carros – o vírus também vem no pneu dos carros.

No entanto, outra medida extremamente necessária neste momento tem nome: solidariedade. Felizes são aqueles que têm um teto para viver – porém este isolamento não pode nos deixar mais desumanos com os que não têm um teto. A população mais carente precisa de comida, sabão, água, dignidade. Antes de fazer a sua feira “do fim do mundo” e se abastecer por semanas, lembre-se que eles não têm comida para hoje à noite. Deixe um sabonete na porta de sua casa para que alguém que precise o leve. Ofereça cestas básicas, diminua o sofrimento do próximo. O vírus não resistirá à ação de um povo solidário.

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Leia o texto anterior: Água e sabão

Helinando Oliveira é Professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) desde 2004 e coordenador do Laboratório de Espectroscopia de Impedância e Materiais Orgânicos (LEIMO).

Helinando Oliveira

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