Elite brasileira usou ciência para disseminar preconceito racial Diversidades

Gould, S. J. The Mismeasure of mam. New York. Norton, 1996. Print

Os negros foram os principais alvos da desumanização e ideologização das ciências com as teorias raciais

Uma novidade em dose dupla está chegando ao Nossa Ciência: uma coluna semanal em áudio. Estreia hoje (14) a coluna Diversidades assinada por Ricardo Alexino Ferreira, jornalista e professor da Universidade de São Paulo (USP). Em sua atuação acadêmica e profissional, Ricardo se dedica a temas que envolvem a diversidade de gênero, preconceito, liberdade de expressão, direitos civis e outras questões sociais e contemporâneas.

Nessa primeira edição da coluna Diversidades, o professor analisa como as ciências foram utilizadas por grupos das elites brasileiras, a partir da segunda metade do século 19, para a manutenção do status quo e do processo de escravização, através da ampla divulgação das teorias raciais nos jornais da época.

Ele observa que as ciências no Brasil, a partir do século 19, eram mais valorizadas como diferenciação social do que para a construção do conhecimento. “Como a elite brasileira sempre operou pelo signo do prestígio, a ciência foi usada por ela como valor para exaltar que essa mesma elite não pertencia à cultura popular”, afirma.

Para Ricardo, o que a elite da segunda metade do século 19 até a contemporaneidade mais valorizou sempre foi o diploma e não o conhecimento. Essa mesma elite brasileira conservadora, em diversos momentos, utilizou a ciência para inferiorizar e desumanizar os grupos das diversidades.

Ouça a coluna

Ricardo Alexino Ferreira é jornalista e professor associado, efetivo, da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), doutor em Ciências da Comunicação pela USP. De dezembro de 2005 a 2008 foi diretor da Rádio Universitária Unesp (Rádio Unesp-FM), onde enfatizou a divulgação científica e a democratização do conhecimento científico através do Rádio. Atualmente, é líder do Grupo de Pesquisa Midialogia Científica e Especializada e tem uma coluna na Rádio USP.

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Ricardo Alexino Ferreira