Ecologia profunda e o ponto de não retorno Ciência Nordestina

terça-feira, 22 abril 2025
Todo o ouro que foi juntado não fará sentido em um planeta livre da espécie humana. (Foto: reprodução do SOS Mata Atlântica)

A necessária adoção de paradigmas e hábitos que impeçam a extinção da vida

(Helinando Oliveira)

A degradação do planeta Terra deveria ser uma mão única a obrigar a espécie humana a mudar radicalmente a sua postura com vias à sua própria manutenção no planeta.

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Afinal, quebras de paradigma sempre nos acompanharam e serviram para que mudássemos a forma de ver as coisas e de agir. Em algum momento, a ciência entendeu que a Terra estaria no centro do universo.

Hoje, não mais. Em algum momento, a ciência entendeu que Newton teria desvendado toda a física. Veio Einstein e mostrou que não. Veio ainda a mecânica quântica e destruiu impiedosamente nosso senso comum. E de uma forma ou de outra, continuamos a viver.

Ecologia rasa

Os fatos nos mostram que esta ecologia rasa dominante (definida por Fritjof Capra) mantem uma visão antropocêntrica baseada na figura de desbravador dos recursos naturais e de espécie privilegiada que não se sustenta mais.

Ao contrário desta, surge o conceito integracionista da ecologia profunda que mostra que tudo está interligado.

A proximidade do ponto de não retorno nos obriga a assumir certas posições radicais quanto à ecologia profunda. Alguns exemplos:

  • O plástico é um contaminante moderno a ser excluído de nossa rotina. O que nos impede de fazer isso completamente? A comodidade ou a disponibilidade dos plásticos?
  • O petróleo da mesma forma, demonstra ser a fonte de crises sociais, econômicas e ambientais. O que nos impede a seguir rumo a uma matriz 100% elétrica?
  • A fome e a desigualdade social são fortes fontes de desequilíbrio ambiental. Quando os holofotes jogarão luz sobre aqueles que ganham com a fome no mundo?

Na verdade, a manutenção do status quo é a razão pela qual os modos de produção não mudam. Os poucos multi bilionários decidiram que mais vale a pena continuar ricos e manter a exploração do planeta a tentar remediar a situação por um ângulo mais integrado. Haverá o dia em que eles constatarão que todo o ouro que juntaram não fará sentido em um planeta livre da espécie humana.

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Helinando Oliveira é físico, professor titular da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e atualmente é vice presidente da Academia Pernambucana de Ciência

A coluna Ciência Nordestina é atualizada às terças-feiras

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