Do sonho à conquista #HojeÉDiadeCiência

sexta-feira, 20 outubro 2017

José Roberto fala do sonho antigo da humanidade de voar e explorar o universo

Impossível dizer quando tudo começou. Talvez tenha sido ao despertar da consciência. Quando o enorme disco prateado da Lua, suspenso no vazio, provocou um sentimento novo – uma espécie de êxtase.

Dessa vez não era medo. Talvez um sonho – um desafio. Quando isso aconteceu, nunca saberemos. Mas é certo que em algum momento da existência humana fomos possuídos por uma sensação poderosa. Um desejo desvairado de explorar o universo.

Não fosse isto e talvez jamais tivéssemos passado de um pequeno bando de animais encolhidos em cavernas, num canto qualquer do planeta.

Como a Astronomia, a Astronáutica, a arte e técnica de navegar o firmamento, surgiu ao contemplarmos o céu. Durante o dia invejávamos a liberdade dos pássaros. Queríamos estar com eles, por entre as nuvens. À noite ansiávamos tocar a Lua, atravessar o manto escuro e vislumbrar o mecanismo dos astros, a música das esferas.

Durante milênios foi somente um sonho da humanidade. Cada um de nós vive hoje esse “instante de graça” que nossos antepassados apenas desejaram.

Sonhando alto

As histórias desses viajantes imaginários estão por toda a parte. Um documento com mais de cinco mil anos conta a façanha do rei Ethan, que ascendeu aos céus. Fato comum em todas as religiões da Terra.

Heródoto, um historiador da Grécia antiga, mencionava que seus patrícios cavalgavam águias, estimuladas por iscas frescas.

O grego Luciano de Samósata contava que após atravessar as Colunas de Hércules – atual Estreito de Gibraltar – o barco em que navegava foi erguido por uma gigantesca tromba d’água, e depois de vários dias de viagem celeste, atracou numa grande e brilhante ilha: a Lua!

A Astronáutica como ciência exata nasceu na Rússia com os estudos de Konstantin Tziolkosky (1857-1935), um autodidata e mestre-escola que dedicava suas horas de folga a dedução das teorias que mostrariam porquê os foguetes de múltiplos estágios seriam necessários às viagens espaciais.

Ele também assegurou que os combustíveis líquidos seriam mais eficazes à propulsão dos futuros veículos espaciais. A maior parte desses estudos aconteceu antes mesmo da invenção do avião.

Pioneiros

O primeiro satélite artificial da Terra chamava-se Sputnik, “Pequeno Companheiro” em russo, e foi lançado no dia 4 de outubro de 1957 (portanto há 60 anos!) por um foguete de três estágios.

O Sputnik era uma pequena esfera de alumínio com quase 60 cm de diâmetro e cerca de 90 kg que levava instrumentos para medição de temperatura, pressão, raios cósmicos e a violência dos impactos de meteoróides. As informações chegavam à Terra através de quatro antenas que emitiam um bip…bip… contínuo.

O Sputnik 2 subiu pouco depois, em 3 novembro, desta vez levando como passageira uma pequena cadela esquimó, que ficou conhecida como Laika. Antecipar as reações ao vôo usando animais não era novidade: em 1784 fisiologistas italianos já haviam feito uma ovelha voar num balão.

Porém, o desafio de levar o primeiro homem ao espaço só foi superado em 12 de abril de 1961, quando o russo Yuri Gagárin (1934-1968) realizou uma volta completa sobre a Terra, a bordo da primeira cápsula da série Vostok (Oriente).

Por meio desses pioneiros a humanidade percebeu pela primeira vez a imensidão do espaço e contemplou nosso precioso mundo. O sonho era finalmente uma conquista. E a aventura estava apenas começando.

Do site Astronomia no Zênite – www.zenite.nu

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José Roberto de Vasconcelos Costa

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