A coluna #HojeÉDiadeCiência completa um ano no ar. As editoras do Nossa Ciência agradecem ao astrônomo José Roberto pela parceria
Ao contemplar uma noite estrelada nossos olhos vagueiam diante de abismos imensos, profundidades colossais que simplesmente ignoramos.
Para nós, as estrelas são pequenas luzes com intensidades diferentes ou, como pensavam os antigos hebreus, orifícios de tamanhos variados por onde se vislumbra a luz celestial.
Longe de ser uma concepção tola, ela vem da observação visual – e felizmente não dispomos apenas dos olhos para investigar a natureza.
Nossos olhos podem fornecer uma visão tridimensional do mundo que nos rodeia. Mas não somos capazes de perceber profundidade além de certa distância.
No firmamento, essa falta de percepção chega ao seu extremo e isso gera a falsa impressão de que a Lua, uma estrela ou uma nebulosa estão a mesma distancia. Para os gregos, estavam todos numa imensa esfera que circundava a Terra: a esfera celeste.
Junte os pontos
Apesar de irreal (e difícil de perceber na prática!) o conceito da esfera celeste revelou-se um excelente sistema de referência centrado na Terra, no observador humano.
Outra ação involuntária do ser humano é associar os grupos de estrelas mais brilhantes a figuras conhecidas, como num jogo de juntar os pontos. Esses desenhos imaginários são as constelações.
Constelação, do latim constellatio, significa reunião de estrelas, um agrupamento arbitrário de estrelas que representa a silhueta de entes mitológicos, animais ou objetos.
Criar constelações é um processo muito particular. Para os chineses, por exemplo, existem mais de duzentas delas, pois é costume local utilizar poucas estrelas para compor um desenho.
A maioria dos nomes das constelações ocidentais é de origem grega e a elas estão associadas belíssimas histórias daquela rica mitologia.
Hoje, imersos nas luzes artificiais das cidades e longe do poder criativo dos povos antigos, é difícil imaginar que Órion, por exemplo, seja a figura de um caçador. É sempre mais simples pensar em figuras mais familiares. É o caso do Sagitário, que lembra mais um bule que um ser metade homem, metade cavalo.
O conceito moderno
Para minimizar os inevitáveis rearranjos estelares e facilitar o estudo do céu, os astrônomos concordaram em fixar o número das constelações em 88, porém modificando o seu conceito.
Para a Astronomia moderna, constelação é simplesmente uma área da esfera celeste. Assim, tudo o que observamos no céu, seja a olho nu ou com poderosos telescópios, está sempre “dentro” de uma determinada constelação.
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