Centro científico de excelência localizado em Campinas (SP), que reúne laboratórios de ponta abertos a pesquisadores de todo o Brasil.
(Helinando Oliveira)
Todos sabemos que desenvolver pesquisa de ponta requer investimentos altíssimos em instrumentação de precisão e que não haveria recursos públicos para instalar laboratórios de alto grau de especificidade em cada estado da federação. A solução mais apropriada passa pela construção de um centro de laboratórios nacionais acessíveis por todos os cientistas do país. O que pouca gente sabe é que o Brasil tem o CNPEM – Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, que é uma instituição científica de fronteira, aberta, multidisciplinar e multiusuário.
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Dividido em quatro conjuntos de laboratórios nacionais, o CNPEM abriga o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) e o Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR). Dentre esses laboratórios, possivelmente o leitor já tenha lido notícias sobre o LNLS, que conta com uma das mais avançadas fontes de luz síncrotron do mundo — uma estrutura que enche de orgulho qualquer brasileiro. Em breve, traremos matérias sobre luz síncrotron nesta coluna. Aguardem!
Mas, por ora, é importante destacar que o CNPEM conta com outros três laboratórios nacionais que abrangem um amplo horizonte de pesquisas, incluindo nanotecnologia, biociências, biotecnologia, biorrenováveis e instrumentação científica. Além do Sirius, com o novo PAC, o CNPEM passará a contar com o Orion, um grande complexo laboratorial de máxima biossegurança.
Embora o CNPEM esteja localizado em Campinas, o que facilita o acesso para pesquisadores de São Paulo e do Sudeste do Brasil, é intenção do centro ampliar a participação de projetos oriundos do Norte e Nordeste. Para isso, foi criado o programa Embaixadores do CNPEM, que agrega representantes das universidades federais dessas regiões, capilarizando por todo o Brasil informações sobre esse importante centro.
Helinando Oliveira como embaixador da Univasf em visita ao CNPEM.
E a pergunta que vale muita ciência e inovação: como fazer suas amostras e seus estudantes chegarem ao CNPEM?
Para acessar a estrutura laboratorial do CNPEM — que conta também com microscópios eletrônicos de varredura, de transmissão e de força atômica, além de infraestrutura para caracterização de proteínas e sistemas biológicos —, o usuário precisa submeter uma proposta diretamente no sistema SAU online, que possui chamadas regulares e de fluxo contínuo para as diferentes estruturas. Uma vez aprovada a proposta, a equipe recebe apoio para translado, estadia, refeições e suporte técnico para realizar sua missão com todo o sucesso.
Dica do colunista, que também é usuário do CNPEM: antes de escrever sua proposta, converse com a equipe do CNPEM e tire todas as suas dúvidas, potencializando suas chances. Eles são atenciosos e acolhedores. Enfim: o CNPEM é para você. É do Brasil.
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Helinando Oliveira é físico, professor titular da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e atualmente é vice presidente da Academia Pernambucana de Ciência
A coluna Ciência Nordestina é atualizada às terças-feiras
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