As plantas e a ciência #HojeÉDiadeCiência

terça-feira, 18 julho 2017

Conheça os aspectos científicos por trás de plantas importantes para o desenvolvimento da humanidade.  O Papiro e a Anileira (foto) são os dois exemplos apresentados pela coluna

Nesta série de três publicações serão apresentados os aspectos científicos por trás de plantas com grande importância para o desenvolvimento da humanidade. Algumas fazem parte do nosso dia a dia até hoje, outras foram precursoras de tecnologias atuais.

Papiro (Cyperus papyrus)

Uma das plantas mais importantes da história, foi utilizada como matéria prima para confecção de papel pelos egípcios desde meados do ano 5.000 a.C. até 800 a.C., seu uso era amplo e incluía também a fabricação de sandálias e cestos. Para a fabricação do papel, utilizava-se a polpa do caule, fatiada em finas tiras que eram estendidas lado a lado, em seguida estendia-se outra série de tiras perpendicularmente à primeira, ambas eram prensadas até formarem uma única folha.

Figura 1: Trecho do livro da morte egípcio

O que permite a utilização do papiro e de qualquer outra planta para a fabricação de papel até os dias de hoje são as fibras de celulose. A celulose é um polissacarídeo formado por moléculas de glicose, e se difere do amido que somos capazes de digerir, pela maneira como as moléculas de glicose estão ligadas, além disso, nosso organismo não possui as enzimas necessárias para o metabolismo da celulose, por isso não somos capazes de nos alimentar de papel!

Figura 2: Formula estrutural do polissacarídeo celulose, esta estrutura se repete diversas vezes, formando uma longa cadeia.

Anileira (Indigofera tinctoria)

A anileira foi uma das primeiras fontes de corante azul, uma cor que não era fácil de se obter antes da síntese dos corantes sintéticos no século XIX. O azul é associado à riqueza e ao celestial, a cor azul também era obtida do mineral lápis lazuli, dando origem ao corante ultramarinho, extremamente caro e raro.

Figura 3: Bacchus and Ariadne (1520–23) do pintor Tiziano Vecelli. Nesta obra foi utilizado o corante ultramarinho nas partes azuis

O corante obtido da Anileira é conhecido popularmente como índigo. A extração do índigo pelo método tradicional inicia-se com a imersão das folhas de anileira em um banho de água onde se inicia a fermentação do indicano, composto orgânico incolor presente nas folhas da anileira. A fermentação do indicano produzirá o indoxil que ao ser exposto ao oxigênio do ar é oxidado ao índigo, que forma um precipitado azul intenso.

Figura 4: Anileira (Indigofera tinctoria)

O índigo tornou-se popular após a descoberta de uma rota sintética para o corante Indigo, pelo químico Adolf Von Baeyer em 1882, realização que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Química em 1905.

Figura 5: Fórmula Estrutural do corante Indigo. Onde as bolas preta representam o carbono, as brancas hidrogênio, azuis nitrogênio e vermelhas oxigênio.

As duas plantas apresentadas são apenas uma pequena amostra de uma variedade imensa de usos dos recursos vegetais. Olhe a sua volta e conte quantos utensílios, móveis, roupas, alimentos e medicamentos são feitos a partir de plantas, será um ótimo exercício e garanto que mudará sua percepção de quanto nós ainda somos dependentes da natureza.

Fontes 

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