A Covid-19 só arrefecerá quando todos estiverem vacinados e continuarem usando máscara, não se aglomerando e sabendo conviver nesta nova realidade.
Uma breve caminhada pelas ruas demonstra uma mudança de comportamento muito rápida de nossa população rumo à uma normalidade que ainda não existe. Bares lotados, festas e um número muito grande de pessoas aglomerando sem máscaras. Ambientes comerciais que não aferem temperatura e nem disponibilizam álcool em gel. Tudo isso acontecendo em um momento em que a variante delta passa a ter transmissão comunitária por todo o país.
É óbvio que a redução nos números de óbitos é uma consequência direta do ciclo de vacinação (que ainda caminha rumo a valores minimamente aceitáveis no Brasil). No entanto, não há nada a comemorar. Com números do dia 25 de agosto de 2021, um total de 903 pessoas foram a óbito por covid, com uma média nos últimos sete dias de 712 mortes.
Este número corresponde a aproximadamente quatro aviões 737-700 lotados caindo a cada dia. Somos o país com o segundo maior numero de mortos no mundo (perdendo apenas para os Estados Unidos) e que brinca perigosamente com um vírus extremamente perigoso e mortal.
As pessoas já tomaram cloroquina, negaram a vacina e agora, vacinados, teimam em não usar uma máscara e manter distância segura. Para entender o risco do presente momento, basta entender a mensagem dos noticiários que já falam do planejamento de terceira dose da vacina para os idosos.
Na falta de amor próprio, um resíduo de cidadania seria usar máscara como forma de respeito aos idosos, que já sofreram tanto com a pandemia e mais uma vez se veem em condição de apreensão.
Em resumo, o novo normal não tem relação com o que vivíamos até 2020. A partir desta pandemia precisamos tirar lições de convivência em sociedade, uma vez que o vírus não sumirá tão rapidamente… Ele vem aprendendo com os erros de nossa espécie e ressurgindo sob forma de novas variantes. Além de vacinas frequentes, precisaremos também aprender a conviver com as suas diferentes faces. E para isso, precisaremos valorizar a vida. Entender que não há o que comemorar com taxas de mortos… A doença só arrefecerá quando todos estiverem vacinados e souberem conviver nesta nova realidade.
Portanto, continue usando máscara. Mantenha a higiene das mãos… Evite aglomerações… Por você… E principalmente pelos outros. Pratique a empatia.
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Helinando Oliveira é Professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) desde 2004 e coordenador do Laboratório de Espectroscopia de Impedância e Materiais Orgânicos (LEIMO).
Helinando Oliveira
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