A solução do planeta, para diferentes áreas de produção humana, passa pelo investimento em ciência
Com a escassez do petróleo, a abundância de lixo plástico no mar e na terra e a degradação ambiental decorrente deste modo de produção, a ciência se vê impelida a reinventar processos e materiais, dada a necessidade de manter os avanços tecnológicos atuais ao tempo em que minimiza a agressão ao planeta.
E quando falamos de combustíveis fósseis lembramos de imediato dos nossos carros. Porém é importante lembrar que a nanotecnologia verde e a química verde também precisam afetar toda a linha de insumos químicos que chegam até aos produtos de limpeza que usamos em nossa cozinha.
O caminho para a onda verde avançar sobre os derivados do petróleo vem do conhecimento de nossos produtos naturais. O uso de compostos biodegradáveis (por exemplo os derivados de óleos essenciais) para incorporação na indústria de químicos se apresenta como uma das vias mais acessíveis para alternativas aos modos convencionais. E esta revolução precisa chegar às embalagens que usamos nos supermercados, aos copos descartáveis, produtos de limpeza e tanques de combustível.
O impacto que o petróleo já causou ao ambiente e todo o desequilíbrio (que não sabemos se pode ainda ser revertido) nos leva à conclusão – mais ou menos óbvia – de que precisamos copiar a natureza e todo o seu processo adaptativo-evolutivo para desenvolver todas as espécies que habitam neste planeta.
A mimetização de todos estes processos naturais não garante, todavia, que tenhamos começado a quitar a dívida referente à destruição que o ser humano já causou à natureza. Ela é uma tentativa de iniciarmos um novo modo de produção que gere menos resíduo, menos lixo. Os governos, por sua vez, precisam levar a causa ambiental como prioridade em suas pautas e incentivar as atividades que priorizem a remediação ambiental e os novos rumos da ciência verde.
Como sabemos, o que existe na cabeça das pessoas é a intenção. A ação surge a partir do investimento nestas ideias. As nações precisam pensar seriamente nos rumos deste planeta, antes que sejamos tragados por qualquer roteiro de filme apocalíptico. O caminho para isso vem no investimento massivo em soluções verdes para as diferentes áreas de produção humana. A solução do planeta passa (para variar) pelo investimento em ciência.
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Helinando Oliveira é Professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) desde 2004 e coordenador do Laboratório de Espectroscopia de Impedância e Materiais Orgânicos (LEIMO).
Helinando Oliveira
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