A inPACTA, seu arcabouço e o futuro hoje! Disruptiva

quarta-feira, 15 maio 2019
Fonte: Google.

O professor Gláucio Brandão mostra que está na hora da incubação convencional se reinventar e propõe: só uma startup pode gerar startups

Quando se fala em Empreendedorismo Inovador na UFRN, podemos dizer que tudo começou com a NATA. Ou melhor, com “o” NATA, Núcleo de Aplicação em Tecnologias da Automação!

No começo de 2007, com a pretensão de criar uma empresa de biossensores, dirigi-me à Pró-Reitoria de Pesquisa (PROPESQ) da UFRN. Em pleno 2007, com nosso vizinho, o Porto Digital, “rodando” naquela época há quase uns 10 anos, perguntei ao pessoal qual era o procedimento para incubar uma empresa. Para encurtar a história, depois de várias idas à PROPESQ e muitos “nãos”, saí de lá determinado a criar uma incubadora. Morreu assim, quem sabe, um dos primeiros “unicórnios” da área de biossensores que iria existir – eu acho – e nasceu um criador de incubadoras. Do projeto NATA floresceram as outras cinco incubadoras: Inova Metrópole (TIC), a primeira mutação do NATA; Bio Inova (Ciências da Vida), Tecnatus (Engenharias), inPACTA (Interdisciplinar) e a I9AGROTEC (Agronegócios). Creio que a UFRN seja a única universidade a possuir cinco incubadoras em um mesmo campus… Talvez no mundo!(?). Mas isto é outra história.

A seguir, um trecho da ata de aprovação oficial do NATA, já em andamento desde meados de 2007.

O NATA, inicialmente plantado em uma sala de 40 metros quadrados do LAUT, Laboratório de Automação em Petróleo do Departamento de Engenharia de Computação da UFRN, nasceu com o propósito modesto de ser apenas uma incubadora de departamento, mas começou a dar certo. Por este motivo e por ser o NATA a única iniciativa nessa linha empreendedora na universidade, a pedido da PROPESQ, saiu da condição de incubadora de um departamento para se tornar a incubadora da UFRN. Pretendendo manter a sigla, pois já tínhamos alguma fama, forçamos a barra para incluir toda a universidade, o que resultou na mudança de “Automação” para “Avançadas”. E o resultado vocês podem ver no logo criado para a nova instância.

Hoje, passados 12 anos, com muitos empreendimentos gestados nesse ecossistema cuja fonte primária foi o NATA, percebe-se a necessidade de uma grande mudança, uma “pivotada” premente e necessária, coisas já faladas em Incubadoras universitárias: indo na contramão , para que o processo de incubação consiga acompanhar tempos hodiernos, tempos de saltos não-lineares, bem descritos na frase do presidente da John Deere Brasil, Paulo Hermann, em congresso de 2016: “Não é o peixe grande que come o pequeno, é o rápido que come o lento”.

Cabe então à inPACTA, que possui todos os integrantes do núcleo original do NATA, também criadores do primeiro mestrado puro de inovação em universidade pública do Brasil, o MPI, promover a primeira revolução no processo de incubação, fazendo com que este processo faça sentido novamente, tornando-o necessário. Afinal, somos peixes rápidos!

Núcleo de Aplicação de Tecnologias Avançadas. Logo de autoria dos Professores Olavo Bessa e Gláucio Brandão (UFRN).

Arabouço: um pouquinho da história perdida revisitada!

“Somos tudo o que passou, já que o futuro é incerto! Assim, nossa revolução pretendida terá de ser ancorada em nossa experiência”.

Gláucio-San.

No primeiro edital do NATA que lançamos em 2008, três foram as empresas que conseguimos estruturar: a Roboeduc, a Autosol e a Smartime. A Smartime trabalhava na área da domótica; a Autosol desenvolvia sistemas embarcados para controle de propósito geral. Tiveram suas vidas e sobrevidas. Hoje ambas estão fechadas e a maioria de seus integrantes viraram professores. Destas, a que vai de vento em popa é a Roboeduc, cujo CEO Cássio Leandro é aluno do MPI, está fazendo com que os negócios da Roboeduc sejam expandidos para além da proposta inicial, chegando até a produção de seus próprios kits, os quais em breve deverão entrar no mercado europeu.

No segundo edital 2011, com a dobradinha NATA-IMD, e já tendo nosso time defendido a Resolução CONSEPE 54/2011, a qual estabelecia o processo de incubação, conseguimos apoiar as startups: Confortµ, Sig Software & Consultoria em Tecnologia da Informação (hoje ESIG), Essência da Caatinga, Integral Engenharia Física, Edonators, cujo “CEO-boy”, Elias Júnior, também aluno do MPI, está com tocando no mestrado a startup MídiaDireta; a SoftUrbano, dos cabras “bom” Aluísio Rego e Wagner Chaves, hoje na ProcessoÁgil; Lua4, do “big baby” Eduardo Agostinho. Ajudamos a Fiction Camisetas, do endiabrado Tiago Fernandes, hoje founder da Autoforce, que detém perto de 10% do mercado de vendas de carros usados no Brasil, a desenvolver um canvas. Hoje ele come isso com farinha. A Bares Online, de nosso mestrando George Freire, também estreou neste edital do NATA. A Ciência Ilustrada Studio, do “Pardal Man” Francisco Irochima, professor de nosso mestrado, molhou-se em nossa fonte. A Robosource, não sobreviveu, mas este lá. A OverMedia Cast, ainda viva, e a NORTRONIC, do cumpadi Jean Paul Dubut, hoje no Studio 1917. 14 empreendimentos. A maioria vivos.

Depois deste edital, saltados alguns anos, o núcleo duro do NATA, entendendo que deveria abrir a mente para temas mais abrangentes, pegou o beco do IMD. Nasceu assim a inPACTA (https://inpacta.ect.ufrn.br/siteOficial/home), que trabalha apenas com pré-incubação em qualquer área do conhecimento, já que nosso modelo de negócios não vê mais necessidade de incubação, assim como também enxerga a TI apenas como ferramenta, e não um fim ensimesmado.

Muitos projetos exitosos nasceram lá: A Blindog, a Void3D, para falar das mais midiáticas, ambas nascidas na inPACTA, cujos CEOs são mestra e aluno do MPI. Outros estão sendo apoiados ainda não de forma integral, como queremos, pois estamos passando por mudanças radicais. Magnetar (também de mestrando), Atmos (também de mestrando), WayCollab (esse já é mestre), GSI (de mestrando), LM Drones, ComDesconto, TecSim (de doutorando), Inovar Química (de doutorando), estão nessa leva. E uma, especialmente, está na sala de lançamento: a Apetrus (inventor independente). Essa promete!

Experiência, que nos dá visão de passado para projetar o futuro, não nos falta! E com todo este arcabouço forjado junto à tantas startups, chegamos a uma conclusão do porque a incubação convencional precisa se reinventar: só uma startup pode gerar startups!

O produto toma o formato do molde. Se utilizarmos a administração convencional só geraremos frutos convencionais, os quais são incompatíveis com o atual universo digital e alucinadamente rápido. Simples assim!

O Futuro Hoje

Juntando a experiência impactante forjada ao criarmos tudo o que fora mencionado aqui, e mais um pouquinho, partimos para a revolução prometida, a versão 2.0 do que hoje, do alto de nossas quedas, entendemos finalmente o que deve ser um processo de incubação de fato, um processo de geração de pessoas auto-sustentáveis, solucionadoras. O processo de formação pessoal que chamaremos de Empreendedorismo Interdisciplinar Inovador. Vou resumir chamando de E2I (lê-se “e dois i”). Esse processo está sendo gestado na mãe de todas as startups: a plataforma – e startup – IncaaS. Já falamos um pouco de como será a IncaaS em Um laboratório gerador de startups.

Claro que não vou dar spoiler, mas a IncaaS já gerou algumas spin-offs: Scholae3.0, Games, Dansh TV, Creative Destruction Lab, Saúde e Coin, além de uma nunca antes pensada! E tudo isso será lançado de uma só vez, em um único workshop, em Julho deste ano. Adiamos um pouco porque não queríamos atrapalhar o lançamento da Marvel!

Como bem dissemos lá em cima: não somos os lentos! Quem empreender, verá!

A coluna Empreendedorismo Inovador é atualizada às quartas-feiras. Gostou da coluna? Do assunto? Quer sugerir algum tema? Queremos saber sua opinião. Estamos no Facebook (nossaciencia), Twitter (nossaciencia), Instagram (nossaciencia) e temos email (redacao@nossaciencia.com.br). Use a hashtag #EmpreendedorismoInovador.

Leia a edição anterior: A Universidade Inovadora: estamos no caminho certo!

Gláucio Brandão é gerente executivo da inPACTA, incubadora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Gláucio Brandão

2 respostas para “A inPACTA, seu arcabouço e o futuro hoje!”

  1. Bráulio Bezerra Brandão disse:

    Muito bom , excelente. Nascendo outro “Vale do Silício” em Natal-RN.

  2. Bráulio Bezerra Brandão disse:

    Muito bom , surpreendente. Nascendo outro “Vale do Silício” em Natal-RN.

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