A divulgação científica por elas: as mulheres do Portal Nossa Ciência Coluna do Jucá

quinta-feira, 8 março 2018
Feliz Dia das Mulheres (Google Imagens)

Não há como não falar na enorme contribuição que essa iniciativa pioneira - idealizada por duas mulheres (Mônica Costa e Edna Ferreira) - tem dado à divulgação e difusão dos avanços científicos ocorridos, em especial, no Nordeste brasileiro

Hoje, dia 8 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Neste dia, celebra-se, comemora-se, lembra-se, discute-se, revolta-se, orgulha-se, entristece-se, resiste-se… E não poderia ser diferente, afinal, é o Dia da Mulher!

Rosalind Franklin (a devota!) – Google Imagens

Considerando-se a trajetória científica de centenas, milhares dessas mulheres, quantas histórias emergem! Quantas personagens ilustres vêm à tona: as pioneiras, as desbravadoras, as resilientes, as devotas (…) as avós, as mães, as esposas, as tias, as filhas, as estudantes, as namoradas, as trans… Falar do universo feminino na ciência é lembrar-se, por exemplo, de alguns nomes emblemáticos, dentre os quais cito: Marie Curie, Rosalind Franklin, Rachel Carson, Lynn Margulis e mais recentemente Alexandra Elbakyan.

Rachel Carson (a resiliente!) – Google Imagens

Mas e as brasileiras? São inúmeras e, cada uma a seu modo, fez avançar a ciência e a tecnologia no Brasil. O pioneirismo destas foi retratado por meio de uma iniciativa ainda em 2005, entre o CNPq e a Secretaria de Política para as Mulheres no âmbito do Programa Mulher e Ciência, cujo fruto principal dessa parceria foi a materialização do projeto “Pioneiras da Ciência”. Segundo o próprio CNPq, este projeto está atualmente na sua 6a edição e visa, dentre outras coisas: 1) o reconhecimento e a divulgação do trabalho de mulheres que romperam as primeiras barreiras na inserção da participação feminina no campo da ciência, da tecnologia e da inovação; 2) estimular a produção científica e a reflexão acerca das relações de gênero e feminismo no País, além de promover a participação das mulheres no campo das ciências e carreiras acadêmicas; 3) escrever a história dessas mulheres brasileiras cientistas como forma de reconhecimento de que a participação feminina foi fundamental para o avanço do conhecimento científico no País. Outras brasileiras pioneiras e já detentoras de enorme reconhecimento nacional e internacional e que, certamente estarão nas próximas edições do projeto “Pioneiras da Ciência”, são as pesquisadoras Celina Turchi, Vanderlan Bolzani, Helena Nader e Margaret de Castro, só para citar alguns exemplos.

Nise da Silveira (a memorável!) – Google Imagens

Em realce, destaco a cereja do bolo do dia de hoje! Não há como não falar na iniciativa pioneira desempenhada pelo Portal Nossa Ciência na divulgação e difusão dos avanços científicos ocorridos, em especial, no Nordeste brasileiro. As idealizadoras e responsáveis por esse pioneirismo são duas jornalistas, Mônica Costa e Edna Ferreira, ambas, editoras do Portal. Tal iniciativa veio preencher uma lacuna científica muito importante do ponto de vista regional. A divulgação científica a nível local já não é uma tarefa simples, e fica ainda mais complexa nas esferas regional e nacional. E, mesmo que barreiras como a falta de incentivos e de recursos sejam obstáculos transponíveis, as dificuldades para transpô-las são enormes. Outro agravante reside na cultura popular científica da nossa sociedade que ainda é muito incipiente, para não dizer “uterina”.

Yvonne Mascarenhas (a desbravadora!) – Google Imagens

Essa cultura popular científica ainda “uterina” pode ser exemplificada pelos dados disponibilizados pelo Google, o qual divulgou que os dois termos mais buscados no Brasil em 2017 foram: Big Brother Brasil e Tabela do Brasileirão.  Já as duas buscas mais realizadas com a palavra por quê? foram: Por que o Brasil não está na Copa das Confederações? e Por que Zeca vai ser preso? Por sua vez, ao utilizar a pergunta como fazer? as questões mais suscitadas foram: como fazer ovo de páscoa? e como fazer jejum intermitente?

Ainda a título de exemplo, essa nossa incipiência se revela por meio dos dados divulgados recentemente no relatório World Development Report 2018 (WDR 2018) do Banco Mundial. Todos os anos, esse relatório aborda um tema de importância central para o desenvolvimento global. O Relatório de 2018, Aprender a Realizar as Promessas da Educação, é o primeiro dedicado inteiramente à educação. O dado mais alarmante para nós brasileiros é que a estimativa para o Brasil atingir o nível educacional dos países desenvolvidos em leitura, se continuarmos no ritmo atual, é de 260 anos.  Isso mostra que mesmo com os avanços atingidos nos últimos anos, ainda temos muito o que fazer.

Mônica e Edna (as pioneiras!) – Portal Nossa Ciência

 

Resumo da ópera: a cultura popular científica não é algo trivial no dia a dia da nossa sociedade e difícil seria frente aos enormes e emblemáticos problemas sociais enfrentados pelo nosso povo. Esse contexto mostra que a divulgação científica para o grande público é de fato um verdadeiro desafio. Daí, mais uma vez, o reconhecimento a essas mulheres: Mônica e Edna. Gostaria de ressaltar também o papel daquelas mulheres envolvidas direta e indiretamente com o Portal. Refiro-me à Luana, responsável pela atualização do Portal e outras questões pertinentes às mídias digitais, Giselle Soares, a qual contribuiu como colunista na Coluna SCIARÁ, e as queridas revisoras dos meus textos: Muciana Aracely (Profa. Adjunta da UEVA), Marusa Hitaly (Advogada, Administradora e mestranda em Administração e Controladoria pela UFC) e Eveline Queiroz (Engenheira de Meio Ambiente, PETROBRAS).

Enfim, a todas as mulheres, Feliz Dia das Mulheres!

Referências

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Leia o texto anterior: Marcha científica rumo à Casa Branca, do mesmo autor

Thiago Jucá

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