Avaliando 2024 Ciência Nordestina

terça-feira, 31 dezembro 2024
Que os bons ventos da 5ª CNCTI sejam o fio de esperança para o ano novo e de boas perspectivas para o planeta e seus habitantes.

É fundamental para a manutenção da vida no planeta que a ciência esteja a serviço da humanidade

(Helinando Oliveira)

Nesta última matéria de 2024 vale uma reflexão em tom de retrospectiva. Assim como tem sido desde que fomos “raptados” pelas redes sociais, o tempo pareceu ter fugido de nosso controle dada a avalanche de conteúdos inúteis que mantem nossos olhos fixos na telinha dos celulares.

Seguindo para além deste presente já previsto no cinema por Matrix, vivemos momentos de relações internacionais tensas, de uma guerra sem fim entre Ucrânia e Rússia, da destruição e morte na Faixa de Gaza, do clima iminente de guerra entre várias nações que nunca se entenderam bem. Parece que falta muito pouco para uma grande guerra mundial, a pior delas, com ogivas nucleares em todos os cantos.

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O clima, por sua vez, mostra sinais de mudança com tragédias, enchentes e altas temperaturas por todos os cantos. A ação humana de destruição da natureza teria de ser paga em algum momento e tudo indica que este momento chegou e será visto por nós. O grande vilão deste processo é o ser humano e a sua busca insana por petróleo e um modo de produção totalmente falido. No entanto, o mercado (sociedade dos que dominam o planeta) já escolheu o seu lado e deve queimar os combustíveis fósseis até o fim.

Ciência a serviço da vida ou do mercado?

No meio desta equação complexa que vem nos puxando rumo à extinção está a ciência, que é um “player” fundamental nas mãos de quem a financia. Quando esteve a serviço da guerra causou fome, dor e desequilíbrio social e ambiental. Quando se deparou com uma das piores pandemias da história soube contorná-la em poucos anos.

Deste modo, é fundamental para o planeta que a ciência esteja a serviço da humanidade, mesmo que isso entre em rota de conflito com os interesses dos mais ricos, as ditas cabeças do mercado. Uma sociedade com compromisso social e ambiental deve ter sua ciência voltada para o povo, e nisto o Brasil marcou um golaço neste ano de 2024. O livro lilás lançado pelo MCTI é um marco depois de 14 anos de hiato da última conferência nacional de ciência e tecnologia (IV CNCTI), o que demonstra que o “colosso do sul” como definido por Noam Chomsky está ativo e planejando sua ciência e seu futuro de modo democrático e participativo.

Que os bons ventos da 5ª CNCTI sejam o fio de esperança para as portas que se abrem para um ano novo de boas perspectivas para um planeta sofrido e mal tratado. A ciência precisa virar esta chave.

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Helinando Oliveira é físico, professor titular da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e atualmente é vice presidente da Academia Pernambucana de Ciência.

Uma resposta para “Avaliando 2024”

  1. CONSTANCIA LIMA DUARTE disse:

    Uma reflexão oportuna e pertinente. Infelizmente, o ano que chamam de novo deve trazer ainda muita coisa velha, como guerras, rancores e exploração.

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