Ela está aqui: prepara-te! Disruptiva

quarta-feira, 6 novembro 2019

Corram, empresas, corram.

Com a Transformação Digital (TD) a todo vapor, as empresas não possuem mais opções: são obrigadas a se converter em suas próprias evoluções em um tempo muito curto!

De acordo com os estudos da McKinsey, a expectativa de vida das empresas hoje é bem menor do que era no passado. Em 1955, era de 60 anos; hoje, é inferior a 15 anos. E estatísticas não faltam. Segundo reportagem da StartSe, a maior empresa de 2030 ainda não nasceu e será na área da educação. Conforme a Medium, futuristas preveem que as empresas terão uma máquina/sistema de AI como membro de seu conselho de administração até 2026. De acordo com a Dell Technologies, 85% das profissões que existirão em 2030 ainda não foram inventadas. A mesma McKinsey afirma que 800 milhões de pessoas perderão seus empregos até 2030 devido à automação. No portal da consultoria sueca Hyper Island, a executiva Nathalie Trutmann afirma que “As empresas que sobreviverão ao futuro são as que se transformarem em organizações de aprendizado”. Somando tudo isso, a Singularity University prevê que 70% das empresas da década de 2030 ainda não nasceram.

Juntando toda essa futurologia, minha contribuição pega “um gancho” na previsão da Singularity e usa o pensamento inverso: se 70% das empresas ainda não nasceram, posso “profetizar” dizendo que apenas 30% delas, as que se “mexerem”, vão continuar existindo lá para os idos de 2030! E onde você vai querer estar, como empresa ou empregado, nesse universo apocalíptico a la Mad Max?

Assim, nesse encontro de número 67 e inspirado no livro de David L. Rogers, Transformação digital (2017), pretendo chamar a atenção para a inexorável necessidade de conversão das empresas, a qual deve levar em conta seus cinco principais domínios: Clientes, Valor, Dados, Inovação e Competitividade, de modo a se prepararem para a revolução digital que começou anteontem, para eu não ter de usar com vocês o linguajar mais moderno da atualidade, o do meu filho mais velho: “O Sr. dançou pai. Supera!”.

As consultorias terão de ser revistas

First of all, toda a TD requer uma mudança de mindset organizacional. Não só a sua! Vou repetir o-r-g-a-n-i-z-a-c-i-o-n-a-l. Depende da implantação de uma cultura na empresa. Não é meramente uma questão apenas tecnológica. É estratégica. É exatamente aí onde, segundo a McKinsey, mais de 70% das empresas falham quando tentam implementar a TD. E, pelo que diz a executiva Nathalie Trutmann, com a qual eu concordo plenamente, a mudança de mindset da empresa vai ter de tender para o lado educador, como eu sugiro em Terão as empresas que se transformar em centros de capacitação?

Second: mudar, no linguajar mercadológico, é inovar. Inovar, embora muitos não concordem comigo, não é determinístico. Portanto requer um pouco de caos. Caos envolve risco. Então, se você quer arriscar (na verdade você precisa), esqueça inicialmente a sequência kick-off (reuniões iniciais), vistorias, análise de Mercado (pontos fortes e fracos etc., o velho SWOT), diagnósticos profundos, portfólio de marketing, de processos, de pessoas e de finança, concorrência, Canvas etc., o kit completo sugerido pelas consultorias convencionais. Quando se fala em trabalhar novas ideias – e portanto o risco – a forma convencional de abordagem funciona tanto quanto “mascar chiclete para resolver problema de matemática” (isso não é meu).

Last, but not least, arriscar exige construir, medir e aprender. Arriscar é efetivar, é aprender levando paulada, como eu falo em E quando o Canvas der errado… Nenhuma consultoria convencional “de responsa”, e mindset forjado antes do lançamento do filme Matrix (1999), vai querer arriscar o pescoço dela errando por você. Nem seus calejados funcionários quererão errar na certeza de receberem um AP (aviso prévio, não apartamento). Então, você vai ter de criar – ou contratar – um grupo de combate para errar rápido procurando o sucesso. Proponho então a abordagem que descrevo no artigo Bootcamp: aprendizagem intensiva, acelerada e verdadeira em campo.

A Transformação Digital (TD) será proporcional à potência do caos produzido no período de Inovação. Depois você chama os universitários…

 

Instalada a inovação, agora você poderá convocar os consultores!

Como preparar sua empresa para a TD

A transformação digital tem de começar pelas pessoas. Os aspectos técnicos são importantes, mas a capacidade das pessoas de aprender e transformar coisas são imprescindíveis. Muitos especialistas apontam que as questões que devem guiar a transformação digital nas companhias miram no foco no cliente, agilidade e diversidade.

O cliente entra também como um desenvolvedor de seu portfólio, o que chamamos de cocriação. A questão da diversidade, também aliada à sua irmã inclusão, impõe que as companhias pensem em transformar as pessoas, não em substituí-las. No caso de substituições, a perda da gestão do conhecimento é dantesca. Por isso, as empresas devem investir em capacitação, adicionando habilidades aos seus funcionários, ao mesmo tempo que motivação. Terão de se transformar em centros de capacitação. Quanto à agilidade, as empresas têm de pensar como startups: testar, errar e aprender rápido. 

Características das empresas do futuro

A Xerpa, inovadora plataforma de RH destaca 06 características marcantes das empresas do futuro. Vou replicá-las aqui, pois são auto-explicativas, e sugerir que vocês leiam a íntegra no site:

  1. Elas são mais conscientes
  2. Seus ciclos de inovação são mais curtos
  3. Maior conexão com os clientes e consumidores em potencial
  4. Maior conexão com os seus colaboradores
  5. A criação de novos modelos de negócios
  6. Adote a flexibilidade ao seu modelo de trabalho

Finalizando

As tecnologias não se propõem a transformar somente um único aspecto da condução de seus negócios, mas todos e de forma perene. As regras estão mudando deveras e muito rapidamente. Se alguns anos atrás mostrar modernidade era dizer que entendia de Canvas, no presente momento, para não parecer retrógrado, você tem de entender de Canvas Analógico, Canvas Digital e como migrar de um para o outro. Mas isto é assunto para outra aula. Portanto, supera!

Referências

Época Negócios

Xerpa

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Leia a edição anterior: Resolvendo contradições por princípios de separação

Gláucio Brandão é gerente executivo da inPACTA, incubadora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Gláucio Brandão

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