Professora da UFAL ganha Prêmio Para Mulheres na Ciência Geral

sexta-feira, 16 agosto 2019
"Poderemos indicar aos agricultores as plantas com maior potencial para comercialização"

Ela estuda plantas que possuem potencial alimentício, mas são desconhecidas pela maioria das pessoas

Com uma pesquisa sobre Plantas Alimentícias não Convencionais (Pancs), a professora dos cursos de Agroecologia e Engenharia Florestal do Centro de Ciências Agrárias (Ceca) da UFAL, Patrícia Medeiros, foi uma das vencedoras do prêmio Para Mulheres na Ciência, promovido pela L’Oréal em parceira com a Unesco e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Ela foi uma das quatro vencedoras na categoria Ciências da Vida e comemorou o reconhecimento concedido pela premiação. “O prêmio foi muito importante para mim por vários motivos. Primeiro, porque se trata de um reconhecimento do meu trabalho, o que traz um grande estímulo para continuar minhas pesquisas. Além disso, a bolsa advinda do prêmio é especialmente bem-vinda em um momento no qual vivenciamos uma escassez de editais de fomento à pesquisa”.

Sobre a participação no prêmio, a docente da UFAL explica que “foi aberto um edital e os projetos e currículos das candidatas foram avaliados por jurados da Academia Brasileira de Ciências. O resultado foi divulgado no último dia 13 de agosto e a premiação é de uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil para uso no projeto de pesquisa que enviamos”.

Sobre a pesquisa

Em etapa de planejamento, Medeiros conta que a pesquisa sobre Pancs será desenvolvida em comunidades rurais de Piaçabuçu, Alagoas. “A princípio, envolveremos o Assentamento Fazenda Paraíso e Povoado Retiro”, informa.

Ao especificar os objetivos e o impacto social do estudo, a professora cita que se busca “identificar Plantas Alimentícias não Convencionais com potencial para ampliação de demanda, melhores estratégias para ampliar o interesse de potenciais consumidores por essas plantas e perfis socioeconômicos mais propensos a consumir Panc”. E acrescenta: “Esperamos que os resultados da pesquisa possam ajudar as comunidades a ampliar o alcance da comercialização destes produtos, podendo levar a uma maior geração de renda nestes locais”.

Ainda de acordo com a pesquisadora doutora em Botânica, ao final do estudo, “poderemos indicar aos agricultores as plantas com maior potencial para comercialização na região metropolitana de Maceió, o perfil socioeconômico dos possíveis clientes e contextos para a venda, por exemplo, as feiras onde haveria mais saída destes produtos e os rótulos e denominações para atrair o consumidor”.

O que são Pancs?

Patrícia Medeiros explica que as Plantas Alimentícias não Convencionais (Pancs) “são aquelas que possuem potencial alimentício, mas são desconhecidas pela maioria das pessoas, especialmente, em áreas urbanas”.

Segundo a docente, “elas podem contribuir para a diversificação e ampliação da segurança alimentar, tendo em vista que sociedades modernas têm consumido poucas plantas. Além disso, podem ser uma fonte de renda adicional para comunidades rurais”.

Outro ponto positivo das Pancs citado pela professora da UFAL é que, “por serem em sua maioria plantas espontâneas, elas estão mais livres do uso de insumos agrícolas e podem ser uma alternativa econômica e doméstica em anos climaticamente atípicos, quando, muitas vezes, a produção de cultivos convencionais é prejudicada”.

Sobre o prêmio

De acordo com informações do site da organização do prêmio Para Mulheres na Ciência, a premiação existe desde 2006 e “tem como motivação a transformação do panorama da ciência, favorecendo o equilíbrio dos gêneros no cenário brasileiro e global, incentivando a entrada de mulheres no universo científico”.

Ainda de acordo com informações do site, todos os anos, na edição local, “são escolhidas sete jovens pesquisadoras de diversas áreas de atuação que são contempladas com uma bolsa-auxílio para ser investida em sua pesquisa”.

Neste ano foram 7 vencedoras, sendo uma na categoria, Ciências Matemáticas, uma em Ciências Física, uma em Ciências Químicas e quatro na categoria Ciências da Vida.

Para saber mais veja o vídeo realizado pela organização do prêmio.

(Fonte: UFAL)

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