Colunista pergunta onde está o Fail Fast da alma científica e propõe um modelo de aplicação imediata
Fail Fast!
Mantra-alma do movimento Lean Startup, cujo guru símbolo é o empreendedor Eric Ries, pode ser traduzido como “falhe rápido para ter sucesso mais cedo”. Nessa linha, independentemente de qualquer viés político e sem querer fazer qualquer juízo de valor sobre a nova proposta do MEC, o programa Future-se, sempre sou a favor de mudanças. Assim, não entendo toda uma celeuma carnavalesca em torno de uma proposta que ainda não passa de um “PDF” (software de visualização de documentos), que não foi nem lançada e, por consequência, testada. E pior, sem contra-proposição construtiva alguma. Muita energia poderia ser melhor canalizada se testássemos em menor escala, observássemos, fortalecessemos os pontos bons, corrigíssimos os pontos ruins e lançassemos novamente, como prega o bom e velho método científico, há muito abandonado por quem deveria dar o exemplo, a Universidade. Curioso, contraditório, político! Vai entender? Onde está o Fail Fast da alma científica?
Assim, para não cair na mesma vala anti-científica, proponho algo mais próximo: o Presente-se, lançado aqui em primeira mão.
Nesse modelo, baseando-se em frutos de experiências positivas vividas por várias universidades Brasil afora, proponho um experimento hipotético-indutivo em prol de uma Universidade Empreendedora. Por favor, não precisam ir às ruas por causa disso. É só um exercício mental.
Base do Presente-se: a Educação Superior
Sendo a Educação Superior um dever do Estado e direito do cidadão, portanto de interesse universal, no Presente-se ela cabe na dimensão sem fins lucrativos. Portanto seria de domínio público. Todos nós somos interessados em ver nossa suado “cacauzinho” formando os profissionais do hoje, pois eles são os técnicos que mantém os setores da sociedade funcionando: advogados, engenheiros, médicos etc.
Como as questões filosóficas, sociais e humanas – necessárias – não miram retorno financeiro, as ciências dessas áreas poderiam ser cobertas pelo domínio público. A Ciência Básica, aquela cuja finalidade é o próprio conhecimento em si, sem uma aplicação clara das coisas, também pertenceria a este domínio.
Interface do Presente-se: Ciência Aplicada e Tecnologia
Ultrapassado o domínio de interesse do filosófico, chegamos à Ciência Aplicada. Falei destes conceitos em Inteligência tecnológica versus Criatividade aplicada.
Uma Ciência “aplicada” de verdade sempre tem por resultado um novo método, produto ou processo, capazes de gerar serviços em seu entorno. Quando isso acontece, pode-se dizer que criou-se uma tecnologia de “responsa”, com atrativos suficientes para o Mercado mostrar-se interessado. Assim, sendo este domínio de características dupla, um domínio de interface, poderia ser “bancado” por ambas esferas, a Pública e a Privada. É uma interface de teste, de aprendizado e risco para ambos. Fundos, contratos e convênios catalisariam esta etapa!
Topo do Presente-se: A Inovação, baby!
Por fim, validado qualitativamente o conceito na interface, vamos à verificação quantitativa! Então, já saindo da Universidade, chegamos à selva: o Mercado!
Sendo este ente, o Mercado, o maior interessado na dupla sertaneja Royalties & Cash, deveria ser ele também o maior investidor nesta camada. Admitindo-se que boa parte da tecnologia exitosa foi oriunda da Universidade, um bom contrato faria com que houvesse um retorno para ela, de modo a manter a máquina motivada. Ciclo fechado!
O Quadro Final
Um possível resumo do Presente-se pode ser visto no quadro verde, amarelo, azul e branco, aqui acima.
“Mic drop” ou palavras de fechamento
Discutindo-se de forma científica e civilizada a proposta hipotética-indutiva do Presente-se, ninguém mais atrapalharia a vida das pessoas travando o cruzamento das avenidas Bernardo Vieira e Salgado Filho apenas por “PDF’s” que estão em puro estado de ideias. A se caminhar neste andor, cria-se uma guerra de discussão por um natimorto: sem graça, e ainda com o risco de continuarmos no Passado-se!
Bom Future-se para todos!
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Leia a edição anterior: Recadinhos do coração para as empresas
Gláucio Brandão é gerente executivo da inPACTA, incubadora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Gláucio Brandão
Mudança sempre, a estagnação da educação e tecnologia não é uma opção, mas infelizmente aqui no Brasil, parece uma obrigação.
Correto, minha cara!
A Ciência e a Educação têm por motor a mudança. Do contrário seriam dogmas, o que trazem crescimento “zero” para qualquer um!
Obrigado pelo apoio.
Concordo totalmente. Nos Eua e Europa, as universidades têm uma interaçao muito maior com o mercado e isso é ótimo. Aqui no Brasil é só militancia esquerdista marxista