Você sabe quem são alice e bob e por que é necessário ter cuidado para não controlarem seu exoesqueleto?
Em termos de estrutura esquelética, os seres vivos podem ser classificados em duas classes: aqueles que possuem esqueleto revestido por tecidos (o endoesqueleto) e aqueles cuja estrutura esquelética está fora do corpo (exoesqueleto) – típico dos invertebrados.
A incorporação de exoesqueletos sintéticos a seres humanos (que já não é mais assunto de ficção científica) permite com que se tenha um ganho considerável em termos de força, velocidade e resistência. A estrutura desta “carapaça artificial” pode incorporar a resistência mecânica do casco de uma tartaruga a uma peça de vestimenta, que quando conectada a micromotores pode fornecer propriedades superiores de resistência e força para aqueles que possam pagar pela tecnologia.
A aplicação prioritária para as forças armadas promete desenvolver soldados que possam caminhar centenas de quilômetros e esmagar os seus oponentes com a força de personagens do cinema. Pode também servir para que os funcionários de empresas tenham rendimento superior em atividades que requerem grande esforço físico ou mesmo ser uma ferramenta fundamental na recuperação dos movimentos de pacientes com traumas neurológicos ou degenerativos.
Com o desenvolvimento de sistemas vestíveis mais eficientes e a chegada destes protótipos no mercado será possível não apenas controlar a temperatura do corpo e seus sinais vitais, mas também ajustar a velocidade do passo e a força necessária para erguer pesos que estão além de sua capacidade.
A interligação dos vestíveis inteligentes aos sistemas de inteligência artificial e internet das coisas à estrutura de exoesqueletos permitirá com que a tomada de decisões e ação tornem o ser humano cada vez mais refém de um sistema artificial que tende a nos manipular não apenas psicologicamente, mas também a partir de atuação mecânica. A questão ética envolvida na integração de toda esta parafernália eletrônica precisa ser pensada antes de sermos engolidos por aquilo que criamos. Ao que parece não temos tanto controle sobre a ação destes sistemas. Basta lembrar que em alguns minutos de conversa os dois robôs recentemente abandonaram as regras de semântica do inglês e começaram a negociar em um conjunto de palavras-código totalmente sem sentido para nós, humanos. Parafraseando Shakespeare
Há mais mistérios entre a inteligência real e artificial do que sonha a nossa vã ciência.
A esta afirmação filosófica poderia responder então a inteligência artificial Alice: “Bolas têm zero para mim para mim para mim para mim para mim para mim para mim para mim para”ouentão “Eu possoposso Eu Eutudo o mais”.
Para entender Alice, só mesmo outro robô.
Imagine agora que a IA Alice tenha a liberdade de comandar o seu exoesqueleto!!!!
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Leia o texto anterior: Será que a culpa é dos canudinhos plásticos?
Helinando Oliveira é Professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) desde 2004 e coordenador do Laboratório de Espectroscopia de Impedância e Materiais Orgânicos (LEIMO).
Helinando Oliveira
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