Artigo da jornalista Geneceuda Monteiro mostra que a iniciativa pode ser uma saída para superar a crise
Na série de três livros “Reinventando o Trabalho”, de 1999, Tom Peters antecipa, no primeiro livro, o novo ambiente de trabalho e as relações profissionais. Conta-se que a série fez tanto sucesso, que “A Marca Você” – título do primeiro volume – inspirou a revista Você S/A da Editora Abril.
Em sua obra, o autor salienta a importância do perfil do trabalhador autônomo, de sua capacidade produtiva e criativa. Esse modelo se diferencia, totalmente, do que o autor chama de “escravo do cubículo” aquele trabalhador que não tem autonomia nem liberdade de pensamento. Uns autômatos que não vestem o que desejam, que não têm liberdade para criar, tampouco têm poder de tomar decisões.
Ele reforça que o trabalhador autônomo é o empreendedor. Lidera projetos, briga por autonomia para realizar as mudanças que almeja. Assim, com esse perfil ele é capaz de nadar contra a maré e promover as mudanças necessárias para alavancar sua empresa, sua carreira e seus projetos.
Focadas nessas características de liberdade, criatividade e autonomia, as startups em muito se assemelham às ideias defendidas por Tom Peters no final da década de 90. Pois elas resultam da necessidade do indivíduo de promover mudanças e fazer a diferença. No lastro desse movimento estão as aceleradoras, estas se diferenciam das incubadoras de empresas por fazerem aporte de capital, por receberem participação no negócio e oferecerem suporte na gestão estratégica das startups, conforme artigo de Paulo Krieser.
Mas o que é de fato uma startup? Para o investidor-anjo e conselheiro de empresas de tecnologia, Yuri Gitahy, “uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios que gere valor e que seja repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza”.
E mesmo em meio de incertezas, observa-se que essa busca pela autonomia, através da criação de startups, reflete um basta nas relações de trabalho caducas que priorizam a produtividade desvinculada da qualidade de vida e da falta de liberdade de pensamento que oprimem muitos empregados.
Á luz desse cenário, apesar da segurança e estabilidade de um emprego público ainda seduzir muitos universitários, o desejo de ser o autor de sua própria história está conseguindo mover alguns visionários para “surfar” nas ondas do empreendedorismo inovador.
Esse comportamento tem se fortalecido nos últimos dois anos devido à presença constante do tema “startups” na mídia. A criação da iniciativa Startup Brasil, a abertura de editais de fomento a exemplo do InovAtiva Brasil e Samsung vigentes, a liberação de políticas e recursos oriundos do Governo Federal, mais localmente do Governo da Paraíba através do Empreender PB, além de eventos da área como o formato Demo Day – realizado em vários estados nacionais e, também, em Campina Grande – têm colaborado e inspirado jovens empreendedores, dando mais gás ao movimento.
Por fim, nesta ambiência de dúvidas e instabilidade de impostas pela crise política e financeira que o Brasil atravessa, resta-nos a certeza de que vale à pena apostar na autonomia e no empreendedorismo como instrumento propulsor de transformação. Inove, faça a diferença! Acredite em seu potencial criativo e transformador! #Ficaadica.
Geneceuda Monteiro éprofessora e jornalista. Assessora de comunicação da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPB)
Deixe um comentário