Após reunião, representantes de fundações estaduais de amparo à pesquisa decidem lançar edital conjunto
Games, moda, artes visuais, patrimônio cultural, gastronomia e produtos multimídia são exemplos de produtos altamente rentáveis num setor, cada vez mais presentes na cultura digital e nas tendências atuais de consumo. Todas essas atividades estão no rol da economia criativa. De olho nas potencialidades dos empreendedores nordestinos em todas essas áreas, os representantes de sete das nove fundações estaduais de amparo à pesquisa da região estiveram reunidos na última sexta (29), em Maceió/AL. As fundações estão somando esforços para captar recursos que viabilizem projetos e editais voltados para economia criativa e negócios inovadores na região.
“Num momento de crise, é preciso inovar também nos arranjos institucionais e nada mais importante do que agregar a força das fundações estaduais na busca de novas possibilidades, recursos e parcerias que possam contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico em cada estado do Nordeste”, explicou o diretor-presidente da Fapeal, professor Fábio Guedes, anfitrião da reunião.
Uma das definições acertadas é a busca de parceiros nacionais para captação de recursos. “Estamos neste momento construindo juntos uma ação coordenada específica para buscarmos apoio do BNDES, e devemos trabalhar em outras ações que possam atender ao Nordeste.” Afirmou Jorge Soares, diretor de Inovações da Funcap (Ceará), que avaliou a reunião como importante para a articulação regional da FAPs.
Além do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), o Banco do Nordeste (BNB) será outra porta procurada pelas fundações nordestinas. Na página da Fapepi (Piauí), o presidente Francisco Guedes declarou que o evento foi uma grande oportunidade de unir forças em prol da inovação no nordeste. “Ficou acertado no encontro de trabalho com o BNDES e com o BNB nos próximos dois meses para lançarmos editais conjuntos nestas áreas no início do próximo ano”, afirmou.
Reputando como muito produtiva e objetiva, a diretora de Inovação da Facepe (Pernambuco), Fátima Cabral informou que ao final da reunião cada representante ficou com a incumbência de levantar as potencialidades de aplicação de recursos por seus respectivos estados. “Na próxima reunião, em outubro, já devemos saber quanto cada estado vai poder disponibilizar”, afirmou.
As fundações estaduais deverão trabalhar em conjunto para viabilizar chamadas públicas de financiamento capazes de induzir projetos que transformem produtos da cultura ímpar do Nordeste em empresas, produtos e empreendimentos da economia criativa.
Criativa
A programação começou com a palestra “Economia Criativa e o Potencial Nordestino”, do professor Elder Patrick Maia, da Universidade Federal de Alagoas, doutor em sociologia e especialista no assunto. De acordo com a definição da Unesco, as atividades da economia criativa são baseadas no conhecimento e produzem bens tangíveis e intangíveis, intelectuais e artísticos, com conteúdo criativo e valor econômico.
Em termos mais práticos, o sociólogo explica que a economia criativa alia expressões populares, saberes, tradições e o senso de pertencimento e identidade a serviços, produtos e atividades que geram emprego e renda e estão relacionadas com a dignidade material, sobretudo dos jovens e pessoas ligadas a segmentos de atividades artísticas.
“Todos os gestores demonstram muito interesse. Embora de áreas distintas do conhecimento, estão muito sensíveis. Me surpreendeu. É uma notícia muito bem-vinda”, comentou Elder Maia sobre a ocasião.
Para João Vicente Lima, diretor executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapeal, “Várias ações foram vislumbradas hoje como possíveis de forma articulada por todas as FAPs. E estamos falando do Nordeste. Toda essa realidade resultante da expressão criativa da gente nordestina pode, através de uma ação induzida de maneira correta, gerar projetos na nova economia do mundo”.
Também participaram da reunião Eduardo Almeida, diretor-presidente da Fapesb (Bahia), Maurício Sá, diretor de inovação e empreendedorismo da Fapema (Maranhão) e José Jivan, diretor financeiro da Fapitec (Sergipe).
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