Pesquisa do Insa avalia produção da palma no Sertão da Paraíba Meio Ambiente

quarta-feira, 22 junho 2016

Estudo foi realizado em áreas ambientais distintas, nos municípios paraibanos de Condado e Riachão Curimataú

Nos últimos anos a palma forrageira tem desempenhado importante papel para o ciclo produtivo da pecuária do Semiárido. Contudo, em algumas regiões como no Sertão da Paraíba ainda existe o estigma de que não são propícias para o cultivo da cactácea. Em um estudo realizado pelo pesquisador João Macedo Moreira, do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), foi comprovada a viabilidade da palma para esta região.

A pesquisa de mestrado integrou o Programa de Pós-graduação em Ciência do Solo, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e avaliou a produção de palma, bem como a sua absorção de nutrientes dos solos sob três tipos de adubação (orgânica, mista e mineral).

Análise da produtividade

O estudo foi realizado em áreas ambientais distintas, que foram os municípios paraibanos de Condado (microrregião do Sertão) e Riachão (Curimataú, microrregião que historicamente faz o plantio da palma). O experimento foi feito nos campos do Projeto de Revitalização da Palma Forrageira, do Insa. Foram analisadas três variedades da espécie: Orelha de Elefante Mexicana (Opuntia stricta), Miúda (Nopalea cochenillifera) e Palma Baiana (Nopalea sp).

Quanto à produtividade, um ano após o plantio, a pesquisa verificou que a média de matéria seca das três variedades no município de Condado foi acima de 3500 kg por hectare, enquanto que Riachão ficou abaixo de 1500 kg por hectare.

De acordo com o pesquisador João Macedo, ainda no decorrer do experimento, em Condado, “os agricultores ficaram bastante motivados, porque viram que é possível produzir a palma ali. A pesquisa nos deu condição de levar informações para os agricultores a partir da base científica”, destaca.

Nutrientes

O pesquisador alerta que o plantio da palma exige cuidados específicos no manejo, pois é uma cultura que retira uma grande quantidade de nutrientes do solo.

Por exemplo, campo de Condado, levando em consideração a quantidade de nutrientes que a palma absorve dos solos, foi constatado que a massa seca acumulou cerca de 1.325 kg de Carbono (C), 20 kg de Fósforo (P) e 391 kg de Potássio (K). Estas quantidades retiradas são consideradas bastante elevadas, principalmente para P e K. Em uma situação sem reposição de nutrientes, será reduzida drasticamente a fertilidade do solo.

Portanto, para que sejam apresentadas condições de fertilidade de solo ideais para o cultivo de palma, é de fundamental importância o conhecimento dos principais nutrientes demandados por essa cultura.

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