A partir deste mês, o Instituto Metrópole Digital desenvolverá o SigSaúde, que pretende otimizar os fluxos de trabalho nas Clínicas-Escola e serviços de saúde da UFRN
Terá início este mês o projeto da Plataforma Computacional de Serviços de Saúde (SigSaúde), que pretende otimizar os fluxos de trabalho nas Clínicas-Escola e serviços de saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A iniciativa será desenvolvida pelo Instituto Metrópole Digital (IMD) da UFRN que irá construir uma plataforma computacional integrada de dados clínicos, que contempla a informatização, desde o agendamento até o atendimento especializado de cada paciente.
O SigSaúde leva em consideração o aumento do uso computacional na realização de prontuários eletrônicos (electronic health records – EHR) em diversos países. “O prontuário eletrônico de um paciente é um repositório de informações de saúde e contém aspectos clínicos globais, assim como podem conter dados administrativos que são armazenados digitalmente”, explica o coordenador do SigSaúde, professor Itamir Barroca Filho.
De acordo com Itamir Barroca, o ideal é manter um sistema eficiente de informações para melhorar a qualidade do tratamento de saúde dos pacientes, a produtividade e, sobretudo, para prevenir a perda de informações clínicas. “As informações devem ser armazenadas pelos sistemas ao longo da vida de uma pessoa, permitindo integrar serviços, melhorar eficiência, potencialmente, reduzir custos em saúde. Mas, acima de tudo, o propósito é melhorar a resolutividade da condição de saúde do paciente, evitar perdas e dissociação de informações”, afirma o coordenador.
Prontuário Eletrônico
Os sistemas de prontuário eletrônico têm se desenvolvido cada vez mais, ampliando as possibilidades de registro de dados e tornando a rotina dos atendimentos mais eficientes. Além dos registros clínicos completos, dos registros de consultas e retornos, das prescrições e dos atestados, os sistemas, também, podem oferecer formulários para especialidades, bem como ter a opção de criar formulários personalizados e ficha para registro de imagens e vídeos. Vale destacar a importância dessas duas últimas opções – imagem e vídeo – que facilitam o acompanhamento da evolução de problemas clínicos.
O atendimento em saúde normalmente inclui a participação de vários profissionais e pode ocorrer em diferentes locais. Com o SigSaúde, em cada consulta, informações que garantirão a continuidade do processo serão armazenadas em forma de dados, respeitando as questões de ética e privacidade inerentes às informações de saúde. Dessa forma, a base de dados servirá de apoio na tomada de decisão sobre o tipo de tratamento a que o paciente será submetido.
Para o vice-coordenador do SigSaúde, professor Edvaldo Vasconcelos, os benefícios do programa são diversos. “Reunindo em um só local todas as informações do paciente, estaremos garantindo a visualização rápida dos problemas de saúde e das intervenções ocorridas, teremos acesso ao histórico da evolução da saúde da pessoa, permitindo melhoria do processo de tomada de decisão e melhor efetividade do cuidado, entre outras vantagens”, acredita.
Outro ponto de destaque é que a informação centralizada em saúde, com a notificação das autoridades sanitárias em tempo real, poderá auxiliar em alertas quanto a riscos de epidemias ou à identificação de problemas crônicos, o que possibilita intervenções médicas preventivas.
“Atualmente, na rede pública hospitalar do Rio Grande do Norte e na maioria dos estados brasileiros, essas informações são mantidas em papel, gerando complicações devido à vulnerabilidade e dificuldade de acesso. Muitas vezes, uma mesma pessoa tem vários prontuários”, afirma a professora Selma Jerônimo, diretora do Instituto de Medicina Tropical e pesquisadora do projeto. A ideia é que no futuro o SigSaúde seja integrado ao sistema que está sendo implantado pelo Ministério da Saúde (e-SUS).
Benefícios para a Academia
Sete estudantes de graduação e seis de pós-graduação estão envolvidos no projeto e vão lidar com tecnologias que estão na vanguarda da pesquisa científica nas áreas de sistemas de informação web e computação móvel.
“Esses assuntos são extensões do conteúdo visto em disciplinas como Desenvolvimento para dispositivos móveis e Sistemas web. Logo, existe um benefício claro ao aluno, uma vez que ele será apresentado a conhecimentos tecnológicos mais avançados, mas que ainda assim são completamente assimiláveis mesmo estando na graduação e pós-graduação”, afirma o professor Itamir Barroca. Além disso, o aluno irá aprender como se conduz uma pesquisa científica com desenvolvimento de produtos.
Histórico
O processo de apresentação e aprovação do projeto SigClíncas teve início em dezembro de 2017, quando a ideia foi exibida pela primeira vez aos representantes do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Centro de Biociências (CB) e Reitoria. No mesmo mês, foi apresentado e aprovado pela PROPESQ e em janeiro de 2018 teve o orçamento aprovado pela FUNPEC.
Em fevereiro de 2018, o projeto foi discutido na Semana de Integração da Psicologia e no início de março, no Workshop das Clínicas, com a participação das clínicas-escola dos Centros de Ciências da Saúde (CCS), da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairí (FACISA), da Escola Multicampi de Ciências Médicas do RN (EMCM), do Instituto de Medicina Tropical (IMT), do Centro de Biociências (CB), do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROAE), da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGESP) e da Comissão Permanente de Apoio a Estudantes com Necessidades Educacionais Especiais (CAENE).
Atualmente está sendo realizado o processo que vai selecionar os 13 bolsistas do projeto. A previsão é que o início do desenvolvimento da plataforma seja em abril, com o mapeamento das funcionalidades de agendamento e formulário de acolhimento. Em seguida, terá continuidade o levantamento de requisitos referentes ao prontuário eletrônico considerando as diversas especialidades. A previsão de implantação do SigSaúde é de até 24 meses.
Fonte: Agecom UFRN
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