Em parceria com empresas do setor florestal, a Escola Agrícola de Jundiaí testa dez tipos de clones de eucalipto para avaliar variações ambientais e viabilidade comercial
A Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ) vem desde 2013 testando dez tipos de clones de eucalipto, provenientes das maiores empresas florestais do país. Com três hectares de área plantada, o Projeto Techs, busca entender o nível de tolerância desses materiais genéticos aos estresses hídricos, climáticos e abióticos. O experimento é singular no Brasil, considerando sua implantação em uma universidade. Em outros casos, as unidades de testes foram instaladas nas próprias empresas.
Através da iniciativa, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) busca colaborar com a viabilidade do uso de uma espécie exótica na oferta de madeira para os diversos setores que se utilizam da base florestal. O projeto acontece em parceria com o Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF), e o foco está no desenvolvimento de áreas experimentais para análise dos principais estresses ambientais que afetam a eucaliptocultura e como os distintos materiais genéticos respondem às referidas variações.
Para o projeto Techs, foi selecionado um espaço na Área de Experimentação Florestal da EAJ, criada em 2010 pelos professores Alexandre Santos Pimenta e José Augusto Santana. No local, foram implantados os melhores clones de cada empresa florestal do país com uma enorme variedade genética para análise. O projeto conta com a atuação de estudantes de graduação e pós-graduação da UFRN nas áreas das Engenharias Agronômica e Florestal.
A seleção das áreas experimentais do Techs foi detalhadamente planejada, visando otimizar a instalação dos sítios com base em um mapa climático do Brasil em nível do hectare. Cada sítio foi classificado em Tropical ou Subtropical e, a partir disso, houve a seleção do tipo de clone a ser enviado para cada unidade.
Pesquisa
Há, atualmente, vários projetos sendo desenvolvidos na unidade experimental do projeto Techs, na EAJ/UFRN. A exemplo de trabalhos coordenados pela professora Rosimeire Cavalcante dos Santos, Engenheira Florestal, que coordena o Grupo de Estudos em Energia da Biomassa.
A cada seis meses, a EAJ desenvolve análises dos clones implantados na área experimental e envia os dados ao IPEF, determinando não só o crescimento, mas os fluxos de carbono, água e nutrientes, assim como a produtividade em lenha e qualidade da madeira, para caracterizar e explicar o comportamento diferenciado entre os materiais testados.
Investimento
Segundo o último relatório da Indústria Brasileira de Árvores (IBA), apenas o segmento agroindustrial florestal gerou PIB de R$ 69,1 bilhões em 2015, equivalente a 1,15% do PIB brasileiro do mesmo ano. Esse grupo exportou US$ 9 bilhões em 2015, equivalentes a 4,7% das vendas externas totais do setor, o que mostra que o mercado do eucalipto está em alta no Brasil e pode ser uma boa oportunidade de investimento para agricultores.
Dentre as vantagens do eucalipto, está sua facilidade de integração na agricultura e tem múltiplos usos, produzindo madeira que pode ser incorporada pela indústria, diminuindo o uso de mata nativa.
Com informações da Agecom/UFRN
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