Para os cientistas brasileiros, 2017 não foi nada animador e, no próximo ano, vamos continuar a fazer pesquisa sem investimento até que entendam a importância da ciência para o futuro do país.
Nesta última matéria do ano seria conveniente fazer uma retrospectiva sobre a ciência brasileira em 2017.
No entanto, não há nada animador a relembrar. O arrocho aumentou, a campanha contra os servidores e Universidades Públicas continuou intensa, o financiamento à pesquisa no país continua adormecido. Os laboratórios continuam sem recursos (a torcer que os equipamentos não quebrem) enquanto que os estudantes encontram dificuldade cada vez maiores para conseguir bolsas de estudo.
A perspectiva para o ano novo parece ser ainda pior: com a estratégia de recursos de bancada, as Universidades dependerão de bancadas de deputados para continuar respirando com a ajuda de emendas parlamentares.
E a política promete mais uma vez rachar todo o país, que deve compartilhar 2018 entre a copa do mundo e as eleições para presidente. Não bastasse o cenário de guerra política no Brasil, quando uma multidão de candidatos (com argumentos para lá de duvidosos) invadirá nossos lares e nossa paciência, há o risco iminente de uma guerra vaporizante, de um pequeno país que quer se levantar conta a toda poderosa potência do Norte, sob o risco de ter seu mar invadido por inúmeros submarinos nucleares. E a instabilidade no planeta parece não ter fim!
Nossos problemas internos devem ter algum direcionamento apenas a partir do novo governo em 2019 (para o bem ou para o mal), o que significa que entraremos no quarto ano de crise, a exemplo de um cachorro ferido que tenta curar suas chagas lambendo-as. Não conseguindo, ele permanece na mesma ação.
E ao que tudo indica, este é o nosso cardápio para 2018:
A continuidade daquilo que nos apequena e um fio de esperança que prevalece, pura e simplesmente porque nos ensinaram que a esperança não morre.
Precisaremos mesmo continuar a fazer ciência sem investimento, até que algum poderoso entenda o tamanho da arbitrariedade que vem sendo feita com o futuro do país.
Que em 2018 tenhamos a mesma dose de resistência que nos serviu até aqui. Precisaremos!
Enfim, paz, saúde e amor para todos. Venceremos! Feliz 2018.
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Helinando Oliveira