Nesta edição da coluna Ciência Nordestina, Heliando Oliveira mostra que os gênios modernos são acessíveis e acessáveis com um clique
Como físico, sempre imaginei como seria viver no tempo de Maxwell, Einstein, Newton e de Broglie, quando a efervescência do eletromagnetismo, relatividade e mecânicas eram extremas.
Todavia, quis o destino que vivêssemos no início do século XXI, em uma época de grandes transformações para o planeta – um momento que parece preparar a todos para um fim “vaporizante”, de uma guerra do “bem” contra o “mal” – da ditadura contra a democracia.
Este é o tempo em que a anticiência e o movimento antivacina ganham forças descomunais. Vivemos momentos de interconexão extrema em que estouram pela internet grupos de gente que tenta argumentar que a terra seja plana!
Neste momento de trevas, é fundamental buscar luz para entender o que se passa com este planetinha perdido em um sistema solar. A informação abundante na internet é mais do que nunca uma arma de massificação e carece de uma filtragem muito cuidadosa para aqueles que desejam ver além da névoa que ofusca os nossos olhos.
E diferentemente dos grandes gênios do passado, que viviam reclusos em escritórios de patente ou em suas residências de inverno, as mentes brilhantes do século XXI estão disponíveis nos vídeos, textos, artigos e livros, são acessíveis e acessáveis com a simplicidade de um clique. Temos o prazer de ser contemporâneos de Marilena Chauí, Noam Chomsky e Leonardo Boff. Eles são o contraponto de uma mídia manipuladora e de um plano neoliberal global que escraviza nações, e que transforma em terroristas e ditadores todos aqueles que não admitem serem dominados.
As falas de nossos nobres pensadores convergem para uma mesma denuncia: a de que a base do neoliberalismo não é sustentável. O enriquecimento de uma parcela diminuta do planeta em detrimento da pobreza de uma maioria não se justifica pela exploração de um bem escasso como o petróleo.
Uma sociedade movida pela busca desenfreada de petróleo controla e leva muitas panelas às ruas, silencia estas panelas, cria ditadores e terroristas, cria e assassina democracias, mata inocentes, alimenta o ódio e colhe a segregação.
Em pleno século XXI, as nações submissas ainda admitem o controle do poder financeiro externo, que é imposto por um longo processo de alienação e doutrinação televisiva. Como alternativa, resta a estes países figurar como inimigos do poder econômico, sendo rotulados como as conhecidas ditaduras do século XXI, cabíveis de sanções econômicas e demais embargos (a la cubana). Sob o peso desta espada, usurpadores locais são facilmente cooptados e convencidos a retalhar a nação sob a alegação de permanecerem como democracias intocadas e símbolos de progresso social.
Enquanto isso, o abismo social e a violência urbana crescem. O povo morre nas ruas junto a esperança por justiça e oportunidade. Obrigado Chomsky, Chauí e Boff, por existirem e serem luz nas trevas. De seus discursos lúcidos e concisos temos a certeza de que ainda há vida inteligente neste planeta.
O neoliberalismo não vencerá, pois a natureza em milênios de evolução já aprendeu a tratar este tipo de excrecência.
A coluna Ciência Nordestina é atualizada às terças-feiras. Leia, opine, compartilhe e curta. Estamos no Facebook (nossaciencia), Twitter (nossaciencia), Instagram (nossaciencia) e temos email (redacao@nossaciencia.com.br). Use a hashtag CiênciaNordestina.
Se você não leu a edição anterior, leia agora.
Helinando Oliveira