Grupo de pesquisa da UFC leva tecnologias de irrigação ao semiárido cearense SCIARÁ

quarta-feira, 1 novembro 2017
Foto:  Renata Nayara/GPEAS

Os poços rasos tubulares utilizam águas de fontes subterrâneas oriundas do lençol freático. São mais baratos e proporcionam água de melhor qualidade

Recentemente, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) divulgou o mapa de setembro do Monitor de Secas do Nordeste. Os dados mostram que 100% do território cearense foi atingido por algum nível de seca, que varia de fraca a excepcional. A área com extrema seca, que abrangia 5,28% do Estado em agosto praticamente dobrou em setembro, passando para 10,75%, atingindo municípios das macrorregiões do Cariri, Sertão Central e Inhamuns.

Em dissertação defendida em 2011, no Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema) da Universidade Federal do Ceará (UFC), Renata Ribeiro Torquato afirma que “a seca tem conotação direta com crises periódicas que afetam a economia agropecuária por inadaptação das lavouras produzidas com as condições de potencialidades e de limitações dos recursos naturais”.

O Grupo de Pesquisa em Engenharia de Água e Solo do Semiárido – GPEAS, do Departamento de Engenharia Agrícola da UFC, tem levado a pequenos agricultores do Perímetro Irrigado Curu Pentecoste, no Vale do Curu, tecnologias simples, mas que ainda não foram totalmente assimiladas no meio rural, como poços rasos tubulares, que utilizam águas de fontes subterrâneas oriundas do lençol freático. Esses poços são mais baratos e proporcionam água de melhor qualidade, além de possuírem vazões superiores à maioria dos poços profundos e receberem água das chuvas com maior eficiência. De acordo com a Agência UFC de Notícias, nas precipitações de abril na região, “apesar de o principal açude local não ter ganhado volume com a pluviosidade, a água, em alguns desses poços, chegou a subir até dois metros”. 

Em setembro, a área de extrema seca dobrou no Ceará, em relação ao mês de agosto.

O GPEAS pesquisa também o uso de “cobertura morta” em áreas de irrigação para melhor aproveitamento do solo, que é protegido pela cobertura (feita de capim-elefante, bagana de carnaúba e malte, preferencialmente). Dessa forma, a evaporação é reduzida e há aumento na retenção de água. O grupo avaliou a eficiência da cobertura em plantações de tomate cereja na comunidade Cipó e constatou que houve redução de aproximadamente 41% do uso de água, mantendo a mesma produtividade de um solo sem cobertura.

 

Saiba mais sobre o GPEAS no site do grupo.

Mapa de setembro do Monitor de Secas do Nordeste

Dissertação defendida no  Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente

*Com informações da Agência UFC de Notícias

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Giselle Soares

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