Livro escrito por Roberto Cláudio e Italo Gurgel, será lançado sexta-feira (27), em Fortaleza
“Entrei na Universidade segurando a mão do meu pai, o professor Prisco Bezerra. Era a década de cinquenta e eu teria oito ou nove anos quando o acompanhei em algumas de suas idas à então Escola de Agronomia (no atual Campus do Pici), que aconteciam nos chamados pontos facultativos, feriados e alguns finais de semana”, relembra o ex-reitor da Universidade Federal do Ceará, Roberto Cláudio Frota Bezerra, no início do primeiro capítulo do livro Minha universidade, minha história, escrito a quatro mãos com o coordenador de Comunicação Institucional da UFC, jornalista Italo Gurgel.
Na UFC, ele se graduou em agronomia, embora não tenha exercido a profissão de engenheiro-agrônomo por ter enveredado pela área da estatística, com especialização e mestrado na Universidade de São Paulo (USP). O menino que visitava o campus com o pai se tornou professor da UFC, assessor da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, posteriormente, pró-reitor adjunto de Assuntos Estudantis, pró-reitor de Planejamento e primeiro reitor que, depois de ser indicado por consulta aos três segmentos da Universidade (alunos, professores e servidores técnico-administrativos), teve seu nome referendado pelo Conselho Universitário (Consuni).
Ao longo das quase 300 páginas do livro, o ex-reitor relembra decisões por ele tomadas que influenciaram o futuro da Instituição, como a adoção do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) como critério de ingresso na UFC, o aumento do número de alunos de 11 mil para 21 mil e o início da expansão para o interior do Estado. Ele conta também sobre a “não colação de grau” de sua turma de concludentes de 1968, em plena ditadura militar, e como “no coração de cada universidade” havia “uma célula da repressão”.
Rememora ainda quando, já reitor, em meio a uma greve de professores, convocou e participou de uma assembleia da categoria no Pici em busca de resolução do impasse pelo diálogo e argumentação. Outros momentos desafiadores são lembrados no livro, como a crise enfrentada – e superada – na Maternidade-Escola Assis Chateaubriand com a morte de bebês. Na narrativa, o ex-reitor cita ainda diversos colaboradores que teve durante suas gestões e hoje estão em posição de comando na UFC.
LONGA ENTREVISTA – O processo de gestação do livro incluiu “uma longa entrevista” com o ex-reitor dividida em 50 sessões, que resultaram em 100 horas de gravações, informa Italo Gurgel. Com o apoio do também jornalista Marco Antonio Vasconcelos nas transcrições, Roberto Cláudio e Italo escreveram e reescreveram pelo menos seis versões da obra em interativas trocas de e-mails e conversas presenciais. De julho de 2016 a julho deste ano foi feita a coleta de informações e do material. O processo de editoração durou de julho até o início deste mês.
A publicação será lançada nessa sexta-feira (27), a partir das 17h, na Casa de José de Alencar (Av. Washington Soares, 6055, Messejana), com a presença do reitor da UFC, Prof. Henry Campos. A obra intercala relatos na primeira pessoa do ex-reitor com documentos que ilustram a narrativa, transformando-se em uma peça importante para a memória da Universidade.
Mônica Costa, com informações da Ascom UFC
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