Projetos da UFRN exploram como as tecnologias para assentamento no planeta vermelho podem ser aplicadas em regiões áridas do RN
Mesmo distante em média 220 milhões de quilômetros da Terra, Marte desperta fascínio em pesquisadores que estudam como habitar o desértico planeta vermelho. As tecnologias resultantes são perfeitamente aplicáveis em territórios mais próximos do que se imagina, inclusive no semiárido potiguar. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), existem projetos dedicados a pesquisar relações entre esses dois lugares tão distantes fisicamente.
Montado no município de Caiçara do Rio do Vento, a 100 quilômetros de Natal, o Habitat Marte ocupa uma estrutura de 56 m² dentro do Núcleo de Pesquisa em Engenharia, Ciência e Sustentabilidade do Semiárido (Nupecs). A ideia é criar uma estação autossustentável, na qual os habitantes irão reutilizar a água, produzir a própria comida em uma estufa e até mesmo a energia que será consumida. Tais invenções podem se transformar em soluções para o semiárido, que assim como Marte sofre com a escassez de recursos. O Mars Lab, do Laboratório de Sustentabilidade da UFRN, já trabalha nessa direção com estudos voltados não apenas ao espaço, mas também à criação de tecnologias sociais aplicáveis no sertão potiguar.
Seleção para a expedição
Atualmente, o grupo trabalha para desenvolver um microssistema de tratamento de água e esgoto, além de uma roupa com módulo autônomo de resfriamento sustentável para uso dos astronautas do Habitat Marte. A primeira tripulação do projeto participará da simulação durante 48 horas, de 8 a 10 de dezembro. Quem deseja participar da expedição pode se inscrever até 25 de outubro para a seleção da equipe, cujo edital oferta três vagas destinadas a professores, estudantes e pesquisadores de qualquer área de atuação. A escolha será realizada dentro de critérios como disponibilidade, motivação, interesse em reciclagem e no tema espaço/Marte. Outras informações sobre o processo seletivo estão disponíveis no edital.
O Habitat Marte tem como principais objetivos estimular, apoiar e promover a educação espacial, a pesquisa sobre sustentabilidade em Marte e no semiárido, o desenvolvimento e a transferência de tecnologias, assim como a transformação de ideias em produtos no campo das engenharias. De acordo com Júlio Rezende, existem demandas para cursos de outras áreas, em virtude de necessidades como a preparação física dos astronautas antes das missões, a elaboração de um cardápio alimentar durante a simulação, o saneamento local e a instalação de antenas.
Redação com informações da Ascom-Reitoria/UFRN
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