Nesta edição da coluna HojeÉDiadeCiência conheça a história das naves espaciais Voyager 1 e 2 lançadas para explorar o universo
O planeta Terra tem alguns embaixadores no espaço. Representantes de nossa espécie e sua engenhosidade, de nosso espírito desbravador.
Eles já foram mais longe que a maioria de nós pode sequer imaginar. Levam consigo “cartões postais” do nosso mundo; sons e imagens que nos representam. Mas, curiosamente, eles não são humanos.
Dois desses embaixadores partiram da Terra há 40 anos. Na época, eram as melhores máquinas que podíamos fazer. Sondas exploratórias capazes de investigar o universo com olhos e sentidos que nós não temos, registrando o que normalmente não podemos sentir.
A história delas começou depois que percebemos que a força gravitacional de um planeta também pode ser usada para impelir naves espaciais para mais longe.
Sem precisar de um motor, a nave se aproveitaria de um alinhamento entre os planetas gigantes Júpiter, Saturno, Urano e Netuno de modo a ser impulsionada pela gravidade de cada um deles, cada vez mais longe – e mais rápido.
Um alinhamento desse tipo, contudo, não acontece com freqüência. Na verdade era uma chance a cada 176 anos e a Nasa, a agência espacial norte-americana, não podia perder a oportunidade. Assim nasceu a missão Voyager (viajante em inglês), composta por duas naves espaciais idênticas.
A Voyager 2 partiu primeiro, em agosto de 1977. A Voyager 1, com uma trajetória mais curta, seguiu viagem um mês depois. Ambas pesam 825 kg, dos quais 105 kg são instrumentos de bordo destinados à realização de 10 tipos de experimentos. Também levam câmeras fotográficas e vídeo com a mais alta tecnologia de seu tempo.
Antes da missão Voyager sabia-se relativamente muito pouco sobre os planetas gigantes do Sistema Solar e suas luas. E mesmo depois de terminada a visita a esses mundos, as naves ainda prosseguem viagem, em direções diferentes, rumo às estrelas distantes.
Muito melhor que num voo econômico, as Voyager não gastam combustível para passar de um mundo para outro, ou para deixar o Sistema Solar. Há um reservatório de hidrazina em cada uma, mas foi usado apenas para fazer pequenas correções no curso, quando as naves ainda estavam visitando os planetas gigantes do Sistema Solar.
A energia para fazer seus instrumentos funcionarem vem de um gerador termelétrico de radioisótopos que transforma o calor da desintegração radiativa de uma pílula de plutônio em 400W de energia elétrica para os computadores de bordo e seus sensores. E essa “pilha nuclear” continua com carga até hoje.
As duas naves ainda carregam um disco com mensagens da Terra, incluindo o som das ondas do mar, do vento, trovões, alguns animais e até o choro de um bebê. Também há seleções musicais de diversos gêneros e saudações faladas em 55 idiomas (inclusive Português), além de instruções e os equipamentos necessários para reprodução.
É claro que chegará o dia em que esses embaixadores celestes não terão mais energia para transmitir informações para a Terra.
Mesmo assim continuarão seguindo adiante, movidas apenas pela 1ª Lei de Newton (Inércia). E o mais incrível é que elas podem continuar até mesmo depois de toda humanidade ter deixado de existir.
Fonte: site Astronomia no Zênite (www.zenite.nu)
Data de lançamento – 5 de setembro de 1977
Distância da Terra – 20 bilhões de quilômetros
Velocidade aproximada – 61.000 km/h
Ao olharmos para o céu, na direção de qual constelação ela está? – Ofiúco
Data de lançamento – 20 de agosto de 1977
Distância da Terra – 17 bilhões de quilômetros
Velocidade aproximada – 54.000 km/h
Ao olharmos para o céu, na direção de qual constelação ela está? – Pavão
*Para efeito de comparação, Plutão está a quase 6 bilhões de quilômetros.
Gostou da coluna? Do assunto? Quer sugerir algum tema? Queremos saber sua opinião. Estamos no Facebook (nossaciencia), Twitter (nossaciencia), Instagram (nossaciencia) e temos email (redacao@nossaciencia.com.br). Use a hashtag #HojeeDiadeCiencia.
Se você ainda não leu a coluna da semana passada, leia agora.
José Roberto de Vasconcelos Costa