Tráfico de fósseis no Cariri ainda preocupa pesquisadores cearenses SCIARÁ

quarta-feira, 30 agosto 2017

Pesquisador relata como fósseis raros eram trocados por roupas, cestas básicas e até brinquedos

A Bacia do Araripe, localizada no Cariri cearense, é conhecida por seu diversificado conteúdo paleontológico do período Cretáceo (entre 145,5 e 65,5 milhões de anos atrás).

Apesar de ser uma das maiores jazidas fossilíferas do Brasil, o local sofre, ainda hoje com o tráfico de fósseis. Em entrevista publicada nesta segunda-feira (28), nas páginas azuis do Jornal O POVO, o coordenador do Laboratório de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri (Urca), Álamo Feitosa, faz um triste relato de diversas situações em que pesquisadores brasileiros e estrangeiros se beneficiaram da pobreza em Santana do Cariri e Nova Olinda e trocaram roupas, cestas básicas e brinquedos por fósseis raros.

O assunto não é novidade para a mídia. Em 2014, matéria do Diário do Nordeste mostrava que um fóssil de pterossauro com mais de 120 milhões de anos estava sendo comercializado por R$600 mil por meio de uma loja de leilões do eBay. A Revista Cariri, em janeiro de 2016, também publicou matéria sobre o tráfico de fósseis da região. No texto, a repórter Alana Maria lembra que no ano 2000, a Polícia Federal apreendeu cerca de 20 mil fósseis da Bacia do Araripe que seriam vendidos ilegalmente na Europa.

De acordo com o professor Álamo, a primeira citação sobre a retirada de fósseis da região data de 1800, quando João da Silva Feijó, em uma carta ao rei de Portugal, fala sobre os fósseis magníficos encontrados no local e afirma que havia enviado duas remessas ao país (hoje, esses fósseis estão na Universidade de Évora).

Ainda em entrevista ao jornal O POVO, o pesquisador relata que, entre os anos 1960 e 1990, a região havia se tornado uma terra de exploração clandestina de fósseis, com vários contêineres saindo carregados. “Conversando com um “peixeiro” antigo, que são esses exploradores de pedras de fósseis de peixes e outros achados paleontológicos da Bacia do Araripe, ele me dizia que saiam carradas de caminhões para Fortaleza e São Paulo”, narrou ao jornalista Demitri Túlio.

A entrevista com o professor Álamo Feitosa pode ser lida na íntegra no site do jornal O POVO

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