As federais do Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte foram avaliadas pelo ranking britânico entre as melhores da América Latina
As universidades federais do Ceará (UFC), de Pernambuco (UFPE) e do Rio Grande do Norte (UFRN) destacaram-se entre as melhores universidades da América Latina, na edição 2017 de um dos mais importantes e prestigiados rankings internacionais de universidades, o britânico Times Higher Education (THE).
Entre elas, o melhor desempenho foi da UFPE que subiu da 30ª posição para ocupar a 26ª colocação. Depois a UFC ocupando a 39ª posição e a UFRN, na 55ª. Essas são as únicas federais do Nordeste a figurar na relação, que menciona, no total, 81 instituições de ensino superior, consideradas as melhores dessa parte do continente.
UFPE: Podemos mais
Para o professor Anísio Brasileiro de Freitas Dourado, reitor da UFPE, o ranking reflete sempre um determinado momento, em função de um conjunto de indicadores que dizem respeito à produção científica, a presença de estudantes internacionais na universidade, a situação das infraestruturas. E apesar de estar na melhor colocação entre as colegas nordestinas, ele acredita que sua universidade tem condições de melhorar no ranking.
“A nossa posição reflete de um lado a momentaneidade, pois nós temos condições de ser muito melhores. Eu não gosto da 26ª posição, que reflete os indicadores do ano em que os dados foram tomados, mas não deixa de mostrar, dentro de um universo de 81 universidades latino americanas, a competência de nossos docentes, a capacidade de nossos estudantes de realizarem dissertações e teses e a força da pesquisa numa universidade pública”, analisa.
Ainda de acordo com ele, a instituição trabalha de maneira intensa para melhorar a colocação da UFPE no ranking THE e nos demais. “As universidades federais precisam estar nos primeiros lugares de qualquer avaliação no mundo, pois são públicas, do estado brasileiro e elas devem existir para fortalecer o projeto de desenvolvimento do país e a qualidade da formação de nossos estudantes”, afirma o reitor.
UFC: Circuito internacional
“É um ranking de muito prestígio que abrange toda a América Latina e avalia instituições antiquíssimas de países como Chile, Argentina, México. Estar nessa lista significa que a UFC faz parte do circuito internacional de excelência universitária”, afirmou o Vice-Reitor da UFC em exercício da Reitoria, professor Custódio Almeida.
Em nota, a Assessoria de comunicação da Reitoria da UFRN informou que “tendo em vista a (s) metodologia (s) adotada (s), a universidade tem como cultura comentar somente os resultados de rankings do Ministério da Educação (MEC)”.
Critérios
Divulgadas no dia 20 de julho, as informações da publicação britânica revelam que o Brasil, no topo da lista com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que ultrapassou a Universidade de São Paulo (USP), aparece com 18 universidades no ranking, maior número entre os países analisados. Essa é a segunda vez que o THE faz o levantamento apenas com instituições de ensino e pesquisa da região.
O ranking THE considera os seguintes itens: ensino (ambiente de aprendizagem), pesquisa (volume de publicações, reputação dos periódicos nos quais a instituição publica etc.), citações, internacionalização e transferência de conhecimento.
Diante da hegemonia das universidades do sudeste, que tem se revezado no topo dos rankings, o reitor da UFPE, Anísio Brasileiro comentou que essa situação reproduz as assimetrias existentes dentro do Brasil do ponto de vista econômico, social e da ciência e inovação. “É indiscutível, por exemplo, que São Paulo detém o maior volume de recursos, através da Fapesp, alocados em pesquisa nas universidades. Todavia, as universidades do norte e nordeste tem um papel fundamental, são universidades importantes, trabalha-se de maneira muito séria, muito intensa. A hegemonia das universidades do sudeste não é uma questão de competência maior ou menor, nossas universidades, ao contrário com muito mais dificuldades, trabalhamos num limite superior para responder aos desafios da juventude do norte-nordeste do nosso país”.
Todos os detalhes do desempenho das universidades brasileiras podem ser vistos no site do THE.
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