Segundo o diretor industrial da Strike, Carlos Eduardo Guañabens, o foco do desenvolvimento foi a sustentabilidade, o que despertou o interesse da empresa por produtos biológicos em substituição dos químicos. O executivo explica que a demanda inicial por um inseticida veio de clientes, especialmente os do setor hoteleiro, que reclamavam muito da incidência de mosquitos. Além disso, a empresa está localizada em um dos bairros da capital alagoana com maior incidência do mosquito.
Guañabens acredita que o produto atenderá bem a diversas regiões brasileiras, em especial ao Nordeste. “A região Nordeste é marcada por uma heterogeneidade social muito forte. Ao mesmo tempo que várias cidades litorâneas estão no topo do ranking dos polos turísticos do País, a população do interior vive em condições precárias”, destaca o empresário.
Ele explica que a forte seca à qual a região é constantemente submetida faz com que muitas pessoas não tampem as caixas d’agua a fim de captar água da chuva, situação extremamente favorável à proliferação do mosquito. O somatório dessas questões levou o empresário a ampliar o escopo de atuação da Strike para o mercado de produtos biológicos.
“Quando comecei a buscar soluções, conheci a expertise da Embrapa, mais especificamente da pesquisadora Rose Monnerat, que já havia desenvolvido dois produtos para controle do mosquito da dengue, além de pesticidas biológicos para controlar lagartas”, conta Carlos Eduardo Guañabens. O interesse mútuo motivou o trabalho conjunto, formalizado por meio de um contrato de cooperação técnica, e as duas equipes começaram a atuar no desenvolvimento do STRIKE Bio-BTI.
Em breve no mercado
Assim que obtiver o registro, Carlos Eduardo Guañabens pretende propor parcerias com a cadeia produtiva da iniciativa privada e envolver também Secretarias de Saúde, Turismo, Educação e Meio ambiente do Estado de Alagoas e de outros estados para utilização do produto em larga escala. Em princípio, a Strike tem capacidade de produzir dez mil litros por mês, número que poderá ser aumentado dependendo da demanda de mercado.
Enquanto aguardam o registro do STRIKE Bio-BTI, as instituições investem no desenvolvimento de um outro inseticida biológico contra o mosquito urbano ou pernilongo (Culex quinquefasciatus), baseado no mesmo princípio tecnológico do Strike Bio-BTI.
“Produtos biológicos ocupam hoje cerca de 2% do mercado de agroquímicos no mundo, mas a tendência é de grande crescimento, cerca de 15% para os próximos anos”, explica a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. A expansão desse segmento acompanha o crescimento do mercado de produtos naturais, especialmente no Brasil, que é atualmente o quinto maior mercado do setor de alimentos e bebidas saudáveis. Carlos Eduardo Guañabens acredita que o País vai receber bem o novo bioinseticida, pois, além de eficaz, é de fácil utilização, o que atenderá a todas as classes sociais.
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