Segundo a responsável técnica pelo Programa de Esquistossomose do Ministério da Saúde, Jeann Marie Marcelino, dados do Inquérito Nacional de Prevalência da Esquistossomose e das Geo-helmintíases mostram que aproximadamente 1,5 milhão de pessoas possam estar infectadas com o Schistosoma mansoni no país. A transmissão ocorre de forma endêmica nos Estados de Alagoas, Bahia, Maranhão, Pernambuco e Sergipe, na região Nordeste, e em Minas Gerais e no Espírito Santo, na região Sudeste. Há registro de focos de transmissão no Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, São Paulo e no Pará.
De acordo com o inquérito, no período de 2001 a 2015, foram detectados cerca de 38 mil casos na área endêmica. Nesse mesmo período, houve uma média de 195 internações e 488 óbitos. Em 2015, foram 193 internações e 459 óbitos.
No restante do país, são notificados casos, em sua maioria importados de áreas endêmicas, devido ao fluxo migratório de pessoas. Em 2015, foram notificados 4.356 casos, incluindo as formas graves da doença.
De acordo com uma publicação do Ministério da Saúde de 2008, o caramujo da espécie Biomphalaria glabrata está distribuído em 806 municípios, de 16 estados brasileiros (AL, BA, DF, ES, GO,MA, MG, PA, PB,PR,PE,PI,RJ,RN,RS,SP e SE) e no Distrito Federal.
A doença
A esquistossomose é uma doença causada pelo Schistosoma mansoni, parasita que tem no homem seu hospedeiro definitivo, mas que necessita de caramujos, como B. glabrata,como hospedeiros intermediários para desenvolver seu ciclo evolutivo. A transmissão desse parasita se dá pela liberação de seus ovos através das fezes do homem infectado. Em contato com a água, os miracídios eclodem e penetram nos caramujos e, algum tempo depois, liberam novas larvas. Na água, as larvas (cercarias) penetram na pele e/ou mucosa do homem, reiniciando o ciclo.
A doença apresenta duas fases durante seu processo evolutivo: aguda e crônica. Na primeira fase, os principais sintomas podem ser vermelhidão e manifestações de coceiras e dermatite na pele, febre alta, inapetência, fraqueza, enjoo, vômitos, tosse, diarreia e rápido emagrecimento. Na fase crônica, a mais grave, os sintomas são o aumento do abdômen e de órgãos como fígado e baço, hemorragias ao defecar, fadiga, cólica, prisão de ventre, cirrose e o aparecimento de ínguas em diversas partes do corpo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, as esquistossomoses são consideradas o segundo maior problema de saúde pública em todo o mundo, ficando atrás apenas da malária.
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