O instituto vai estudar a cadeia produtiva de fitoprodutos desenvolvidos a partir de plantas medicinais. A implementação do instituto foi o tema da reunião, além das diretrizes e atividades do projeto já aprovado pelo CNPq
A implementação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Rede N/NE de Fitoprodutos foi tema de debate no Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), através do Mestrado Interinstitucional na Área de concentração Farmacoquímica, realizado numa parceria UFCG e Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A reunião no Campus Sumé, ocorrida no dia 19 de maio, objetivou discutir as diretrizes e as atividades que estão sendo desenvolvidas com vistas a cumprir as exigências quando da aprovação do projeto de implementação do Instituto.
Composto por 28 instituições públicas de pesquisa das Regiões N/NE e 138 pesquisadores, o Instituto é um projeto aprovado pelo CNPq/Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovação e Comunicações e tem como sede o Instituto de Pesquisa em Fármacos e Medicamentos da UFPB.
“O Instituto tem como missão estudar toda a cadeia produtiva de fitoprodutos desenvolvidos a partir de plantas medicinais, sejam como fitomedicamentos, fitocosméticos ou fitonutracêuticos”, destacou o professor Rui Macedo, do Programa de Pós-Graduação em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos (PgPNSB/UFPB).
“São produtos que auxiliarão na prevenção de doenças, na cura de doenças e, portanto, precisam de muito estudo científico para serem desenvolvidos”, disse. “Estamos localizados na região do semiárido sobretudo a Região Nordeste, temos um bioma exclusivo nosso, que é o Bioma Caatinga, que nos dará a possibilidade de estudar as plantas nativas com a finalidade de transformá-las em produtos farmacêuticos e é nesse ponto que entra a UFCG, através do CDSA, tendo à frente desse projeto a professora Alecksandra Vieira de Lacerda (foto), que faz parte de uma área de conhecimento complementar importante para chegarmos aos produtos por meio da produção industrial dessas plantas da Caatinga”.
Mestrado insterinstitucional
“Nessa região da Caatinga, há uma tradição de não cultivar as plantas nativas, aí entra o trabalho da professora do CDSA para desenvolvermos a produção das mudas com a finalidade de serem utilizadas como matérias-primas que são as drogas vegetais, que para nós da área farmacêutica constituem as matérias-primas básicas”.
No mestrado interinstitucional, em curso já há um ano no CDSA/UFCG, estão sendo desenvolvidos projetos envolvendo cinco plantas nativas do Cariri paraibano, com estudos desde a semente até a relação da planta com o ecossistema local, já que isso vai interferir na concentração química dos compostos produzidos por essa planta e por essas espécies estudadas.
“O projeto do Instituto tem prazo de encerramento até julho de 2018, mas a ideia é ampliar as bases de formação”, disse o professor Rui Macedo. Ele informou que já está discutindo pelo Instituto de Pesquisa em Fármacos e Medicamentos da UFPB uma proposta de mestrado envolvendo várias instituições, dentre elas a UFCG, através dos Campus de Sumé e de Cuité, na área de ação do Instituto.
“Ainda na área de estudo do Instituto, criamos a Rede Paraibana de Plantas Medicinais de Fitoprodutos. A ideia é envolver entidades de pesquisa nesta rede para que possamos, de fato, transformar a realidade de uma área de difícil desenvolvimento socioeconômico numa área que possibilite o aproveitamento da sua riqueza dentro da realidade da escassez hídrica e de muita intensidade solar e, portanto, transformar essas espécies que nós temos no semiárido em produtos que tenham valor agregado e que estimulem as pessoas a plantarem, aumentando as ‘populações’ vegetais para que elas possam ser transformadas em recursos e renda para as famílias que necessitam”, finalizou o professor.
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