Pesquisa desenvolve banana mais resistente à doença Sigatoka-negra Pesquisa

quinta-feira, 6 abril 2017

Nova cultivar da Embrapa Mandioca e Fruticultura, na Bahia, pretende alavancar a produção do fruto no país

Uma nova cultivar de banana é a mais recente aposta da Embrapa Mandioca e Fruticultura, na Bahia, para alavancar o crescimento da cultura no Pará, o quinto maior produtor do país. Desenvolvida em parceria com a Embrapa Amazônia Oriental, a BRS Pacoua é moderadamente resistente à Sigatoka-negra, principal doença que atinge a cultura, e se destaca por apresentar ciclo de produção em menor tempo e maior número de frutos por cachos quando comparada à Pacovan, a cultivar mais utilizada e aceita no norte do Brasil e altamente suscetível a referida doença, fato que tem inviabilizado o seu cultivo em algumas áreas do norte brasileiro.

O nome da cultivar homenageia o frei Cristóvão de Lisboa que, no século 17, na obra História dos animais e árvores do Maranhão, se referiu ao fruto da banana como pacoua e à planta como pacoueira. Esse nome, provavelmente, seria uma corruptela de Pacova, que era como os índios chamavam a banana.

Devido à moderada resistência à Sigatoka-negra, a BRS Pacoua tem potencial para minimizar os danos à cultura e permitir que o produtor cultive a fruteira e consiga elevar a produtividade, trazendo maior rentabilidade à sua propriedade e melhor qualidade de vida. Sua produtividade é superior à da Pacovan que, devido à suscetibilidade às principais doenças, raramente atinge 15 toneladas por hectare no Estado do Pará. 

Potencial de produção

“Ela é bem mais precoce do que a Pacovan em termos de produtividade. Com a Pacovan, colhe-se o primeiro cacho em torno de dez a 12 meses, e com a nova cultivar se consegue acelerar a colheita em torno de dois a três meses. Mas é claro que isso depende muito do manejo que o produtor faz. Quando o produtor é mais tecnificado, o ciclo tende a ser menor”, destaca Edson Perito Amorim, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura e líder do Programa de Melhoramento Genético de Banana e Plátanos da Embrapa.

De acordo com os dados colhidos nos experimentos montados no Pará, a BRS Pacoua tem potencial de produzir até três vezes mais que a Pacovan. “Temos dados de cachos pesando até 20 quilos no caso da BRS Pacoua enquanto da Pacovan chegava a algo em torno de seis, sete quilos. São quase três vezes mais, no mesmo ambiente”, assegura Amorim. Uma vantagem da BRS Pacoua diz respeito ao formato dos frutos são retos e uniformes, o que facilita a arrumação das pencas nas caixas e posteriormente a formação dos buquês nos pontos de vendas em supermercados, principalmente.

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