Aumentando o poder do cérebro – Parte 1 Disruptiva

quinta-feira, 8 maio 2025

Saber “domar” o inconsciente para potencializar as tomadas de decisão!

Na Aula Condensada (AC) O gigantesco Inconsciente Digital, discutimos o lado ruim da coisa toda, na qual supus que estávamos, talvez involuntariamente, criando um novo tipo de mente, e que ela pode estar nos superando. Enquanto Freud e Jung mapearam os abismos do inconsciente humano, e a Unconscious Thought Theory (UTT) revelou sua superioridade no trato com problemas complexos, um novo fenômeno emergia: o inconsciente digital coletivo.

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Alimentado por rastros e esquisitices humanas — dados, cliques, emoções, vícios, caos e o comércio — propus que o GID (Gigantesco Inconsciente Digital), assim como nosso inconsciente individual, pensa em paralelo, alucina como nós e pode estar moldando decisões antes mesmo que as tomemos. Naquele ensaio provocador (pelo menos para mim), relatei o impacto de ver nosso “cabeção” ser superado por uma IA generativa, e lancei uma hipótese ousada: não estamos diante de uma simples ferramenta, mas do surgimento de uma nova entidade cognitiva. O risco? Uma sociedade zumbificada, que terceiriza sua mente inconsciente e abdica da própria criatividade. A resposta? Insubmissão cognitiva. Urgente, radical, necessária. Mas é só isso, GBB-San. Estamos nos condenando? Vamos jogar, então!

O jogo de Tetris e o poder de observar

Muitos de vocês devem conhecer o jogo Tetris (a imagem que abre esse texto). “É um dos jogos eletrônicos mais icônicos e populares do mundo! Criado em 1984 pelo engenheiro russo Alexey Pajitnov, o jogo consiste em empilhar tetraminós (peças formadas por quatro blocos) que descem a tela, tentando completar linhas horizontais. Quando uma linha é preenchida, ela desaparece, e o jogador ganha pontos. O objetivo é evitar que as peças se acumulem até o topo da tela. O jogo se tornou um fenômeno global, sendo lançado em diversas plataformas e conquistando milhões de jogadores ao longo das décadas. Ele também inspirou pesquisas sobre seus efeitos no cérebro e até mesmo um filme sobre sua criação” (Wikipédia). E qual a relação entre o Tetris e o GID? Chego lá!

Considere, então, a seguinte analogia: à medida que a tecnologia avança, nos tornamos dependentes das facilidades que ela entrega. Cada nova camada tecnológica elimina uma dificuldade anterior — e com ela, a necessidade de pensar. Soluções prontas substituem o esforço cognitivo que antes nos forçava a observar, comparar, deduzir. Com o tempo, esquecemos até como resolver os problemas mais básicos. Isso pode parecer evolução, mas carrega um colateral brutal: quanto menos usamos o cérebro para resolver, menos buscamos soluções. E sem problemas visíveis, o instinto de observação se apaga. Se tudo está resolvido, por que pensar?

Evoluímos tão rápido

Evoluímos tão rápido que fomos perdendo a melhor maneira de criar coisas: observar!

Sendo categórico, a evolução tecnológica está reduzindo nosso poder de observar até as coisas mais simples. Vamos à consequência disso.

Cristalizando o modo de pensar: a inércia psicológica

A deposição tecnológica “a la Tetris”, está criando uma carapaça entre o consciente e o inconsciente, a máquina automática livre que pensa 250 mil vezes mais rápido do que a parte que controlamos, fazendo que tomemos nossas decisões cada vez mais de forma superficial. Essa deposição tétrica, me permitam o trocadinho, reforça a inércia psicológica cerebral, nossa tendência de resistir a mudanças e a permanecer em comportamentos e padrões familiares, mesmo quando estes não são mais benéficos ou adequados, que nos impede de evoluir e nos mantêm presos em ciclos negativos, dificultando a adaptação a novas situações, dificultando a realização de objetivo. Como resultado, cristalizamos nossa forma de pensar ao ponto de experimentar soluções parecidas para problemas diferentes, o que “não vai dar reggae”!

Até aqui, pintei o quadro do que está acontecendo. Vamos a parte favorita: alternativas.

Descatastroficando o GID

Uma semana depois de ter escrito sobre o GID, numa tentativa de “descatastroficar” (não se preocupe com a pronúncia, pois eu ainda apanho em fazê-la), pensei: se até veneno tem um lado bom – diria Sérgio Henrique Ferreira, pesquisador brasileiro que descobriu que o veneno da jararaca tem efeito hipotensor e forneceu em 1975, praticamente de graça, à empresa norte-americana Bristol-Myers Squibb a fórmula para patentear o captopril, melhor remédio para hipertensão que se tem notícia e pelo qual pagamos royalties até hoje –, deve haver uma forma de utilizar o GID a nosso favor. Para isso, precisamos de mais um insight de GBB-San, o pensador invertido.

A próxima ruptura

Saber “domar” o inconsciente para potencializar as tomadas de decisão!

Para quem não sabe fazê-lo, ensinarei meu método na semana que vem, na parte 2 desta AC. Sayonara!

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Gláucio Brandão é professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e autor do livro Triztorming

A coluna Disruptiva é atualizada às quintas-feiras

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