No Brasil, o zumbido afeta mais de 28 milhões de pessoas
O Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), realizará nos dias 10 e 12 de novembro, uma ação educativa de conscientização da população sobre o zumbido auditivo, suas causas e tratamento.
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O zumbido no ouvido (tinnitus), não é uma doença, mas um sintoma em que a pessoa escuta constantemente um som ou um barulho incômodo, que pode soar como chiados, apitos, cigarra, cachoeira, cliques ou estalos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, o zumbido afeta mais de 28 milhões de pessoas.
Conforme informou a médica otorrinolaringologista do HUOL, Lidiane Ferreira, esse zumbido, que só o paciente escuta, é um sintoma, e como tal, tem uma causa. “Ao avaliarmos o paciente que tem zumbido, precisamos identificar o que é que está gerando o barulho. 90% ou mais dos pacientes têm zumbido devido a uma perda auditiva. Assim, nós fazemos uma avaliação da audição do paciente para detectarmos o problema: se ele escuta menos do que deveria e quais são as causas da perda auditiva”, explicou a médica.
O sintoma pode estar relacionado a diversas causas, como: problemas genéticos, hormonais e de taxas sanguíneas (colesterol alto), diabetes, e alterações no ouvido (malformações, otosclerose e doença de Ménière). Também pode ter relação com a presbiacusia (perda auditiva pelo envelhecimento), além de situações como traumatismos e infecções na parte interna do ouvido. “Tudo o que leva a uma perda auditiva, pode gerar, por consequência, o zumbido”, disse.
Existem outras manifestações de zumbidos (os 10% restantes) que são causados por problemas não auditivos. A pessoa pode ter uma audição normal e mesmo assim, escutar o zumbido. “Esses casos podem ser vasculares, devido a malformações arteriais ou venosas dentro do cérebro, tumores cerebrais, problemas neurológicos como Parkinson, pós-AVC, distúrbios musculares como problemas na mordida, disfunção temporomandibular (DTM) e tensão na região cervical, além de problemas psiquiátricos como depressão e ansiedade”, afirmou.
Para a médica, alguns medicamentos ototóxicos também podem levar a algum dano na via auditiva do paciente, podendo contribuir para gerar o zumbido. “Medicamentos como ácido acetilsalicílico, alguns antibióticos como aminoglicosídeos, anti-inflamatórios, antineoplásicos (para quem faz quimioterapia) e medicamentos que são usados para pessoas transplantadas são os principais exemplos”, explicou.
Conforme Ferreira, de uma maneira geral, a maioria dos pacientes com zumbido têm a sua qualidade de vida impactada, pois o problema acaba atrapalhando a comunicação do paciente com outras pessoas, além de afetar o sono e a concentração em atividades de estudo ou de trabalho. O zumbido também pode contribuir para gerar sintomas de ansiedade e depressão.
A ação educativa do HUOL é alusiva ao Novembro Laranja, campanha da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia cujo objetivo é conscientizar a população sobre o zumbido auditivo, suas causas e tratamento. A ação terá distribuição de panfletos, além de roda de conversa e palestra sobre o que é o zumbido, quais as principais causas associadas e doenças que podem gerar esse sintoma.
A programação do dia 10, ocorrerá, às 10h, no Parque das Dunas, em Natal (RN), com a panfletagem e a roda de conversa voltada para usuários do local, com participação da médica otorrinolaringologista e professora da UFRN, Lidiane Ferreira. Também haverá atividade de alongamento, realizada pela fisioterapeuta do HUOL, Karyna Ribeiro, que na ocasião, falará sobre a ação da musculatura do pescoço e da região mastigatória que pode influenciar no surgimento ou manutenção do zumbido.
Já no dia 12, às 10h, a atividade terá continuidade no corredor térreo do ambulatório do próprio hospital, com panfletagem e a realização da palestra, que será proferida pela médica Lidiane Ferreira, para pacientes do hospital.
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