Microalgas para redução do efeito estufa Inovação

sexta-feira, 8 novembro 2024
Filamento para impressão 3D sustentável com capacidade de captura de carbono (Foto: Cícero Oliveira / AGIR UFRN)

Novo material captura carbono e permite a fabricação de produtos como sacolas plásticas, reduzindo emissões em até 40%

Uma alternativa para reduzir emissões de gases do efeito estufa é usar microalgas na fabricação de produtos como sacolas plásticas. Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveram essa solução inovadora.

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O novo material, chamado “filamento sustentável para impressão 3D”, captura carbono e permite a fabricação de artigos ecológicos, reduzindo emissões em até 40% por produto. Segundo Isaac de Santana Bezerra, co-inventor do projeto, as microalgas permitem um processo produtivo mais econômico, aproveitando sua grande disponibilidade e baixo custo. Ele é aluno de Doutorado no Programa de Ciência e Engenharia de Materiais (PPGCEM).

Potencial na captura de carbono

As microalgas são valorizadas por seu potencial de captura de carbono, o que diminui o impacto ambiental da produção de plásticos. Esse recurso é particularmente relevante em uma indústria, como a de polímeros sintéticos advindos do petróleo. No processo de produção, desde a extração até o produto final, há liberação de quantidades significativas de carbono, prejudicando ecossistemas. O baixo custo é um dos atrativos, situação alcançada em virtude do grande volume disponível de microalgas, associado à capacidade de captura de carbono, o que torna o filamento desenvolvido uma adição diferenciada ao campo dos materiais amigáveis à natureza.

Para Isaac Bezerra, as microalgas permitem produção mais econômica (Foto: Cícero Oliveira / AGIR-UFRN)

Graco Aurelio Câmara de Melo Viana, professor do Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFRN, destaca o uso das microalgas na produção de biocombustíveis, cimentos e até tecidos elásticos, mostrando sua versatilidade. Esse filamento com microalgas é tão inovador que gerou um pedido de patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em outubro.

Pedido de patente

No pedido de patente, os inventores argumentam que o filamento sustentável é inovador, pois se dispersa bem em matrizes poliméricas, reduzindo custos e o carbono emitido. Edson Noriyuki Ito, coordenador da pesquisa, afirma que a solução representa um avanço na técnica atual e melhora a sustentabilidade dos polímeros sintéticos, com aplicações para embalagens ecológicas.

Pesquisadores criam catalisadores para biocombustíveis

O processo de fabricação aditiva, ou impressão 3D, usa a modelagem por fusão e deposição de filamentos termoplásticos, extrudindo camadas de material para formar objetos tridimensionais. A técnica FDM exige novos filamentos inovadores para ampliar suas aplicações, como o desenvolvido pela UFRN.

No Laboratório de Reologia e Processamento de Polímeros, Isaac Bezerra explica que o produto já foi testado e apresenta alta escalabilidade. Além de Ito e Bezerra, a pesquisa conta com Graco Aurelio, Bruna Luz Carreras e Felipe Pedro da Costa Gomes, sendo patenteada como “Filamento sustentável com capacidade de captura de carbono para aplicação em impressão 3D”.

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