Programadores desenvolvem software para ajudar residências e empresas
Com o constante aumento das tarifas de energia, o custo da eletricidade tem sido uma dor de cabeça tanto para empresas quanto para consumidores. Pensando nisso, dois programadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveram um software para ajudar na gestão eficiente do consumo de energia, seja em residências ou em estabelecimentos comerciais. O programa recebeu o registro de proteção industrial do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
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Batizado de “Banco de Dados Relacional para a Modelagem Computacional do Setor Elétrico Brasileiro em Sistemas de Gestão de Ativos Energéticos”, o software é fruto da parceria entre os pesquisadores Max Chianca Pimentel Filho e Paulo Ramon Oliveira de Lima. Segundo eles, o projeto é uma resposta às mudanças no setor energético após o apagão de 2001 e 2002, que forçou o país a revisar suas políticas de produção e consumo de energia.
“Na produção, inicialmente investiu-se em termelétricas, que, apesar de caras e poluentes, garantem um fornecimento contínuo. Com o tempo, o Brasil passou a apostar em fontes renováveis, como a eólica e solar, o que resultou na construção de parques eólicos e usinas solares”, explica Chianca, professor do Departamento de Engenharia Elétrica. Ele também ressalta que, no lado do consumo, as principais mudanças vieram na comercialização de energia, tarifação e consumo consciente.
Apesar das melhorias, o professor alerta que o sistema de transmissão ainda precisa ser ampliado para dar conta da crescente demanda. O software desenvolvido visa justamente auxiliar empresas e consumidores na tomada de decisões estratégicas para reduzir custos e melhorar a eficiência energética.
Para o setor empresarial, a escolha correta das tarifas é fundamental. Chianca destaca que, dependendo do perfil de consumo, o uso de tarifas como a horossazonal — que varia de acordo com o horário — ou a monômia — com preço fixo — pode gerar grande economia. “A escolha da tarifa deve levar em consideração o perfil de consumo de cada cliente. No caso da horossazonal, por exemplo, o uso de geradores próprios no horário de pico (17h às 20h) pode reduzir consideravelmente o custo.”
Além disso, o software auxilia na gestão da tarifa de demanda, que é calculada pela potência máxima consumida. “Um valor inadequado para a demanda contratada pode resultar em multas ou custos desnecessários”, observa o professor.
Também são abordadas questões como a tarifa de excedente de reativos, relacionada ao fator de potência da unidade consumidora. A instalação de capacitores, por exemplo, pode evitar cobranças extras, desde que o valor e o tipo escolhidos sejam adequados ao perfil de consumo. Para que o software funcione corretamente, ele precisa ser alimentado com dados contínuos de consumo. A partir disso, os algoritmos ajudam a definir estratégias personalizadas para cada cliente. “Nosso público-alvo são empresas que prestam serviços de diagnóstico energético ou consumidores que desejam fazer sua própria gestão de energia”, conclui Chianca.
Agir UFRN, edição Nossa Ciência
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