A chegada da IA nos laboratórios deve revolucionar a pesquisa científica
E o Prêmio Nobel de Física de 2024 saiu para o britânico John Hopfield e o americano Geoffrey Hinton. Suas descobertas e invenções serviram como base para a tecnologia de aprendizagem de máquina, que é baseada em redes neurais artificiais e vem causando uma revolução sem precedentes na nossa vida cotidiana.
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Estas redes neurais tentam mimetizar os processos cerebrais por meio de nós artificiais. Foram baseados em estudos de Hopfield e implementados na “máquina de Boltzmann” por Hinton.
Para além do grande feito que tem sido o desenvolvimento de IA como ferramenta tecnológica de nosso tempo, um aspecto que tem chamado a atenção é o alerta constante feito pelos padrinhos da IA.
Hinton saiu da Google em 2023 para alertar dos perigos dessa nova tecnologia, que permite o desenvolvimento de coisas com inteligência superior à nossa, revelando a preocupação da falta de controle sob sua operação.
Aliás, a capacidade de criar padrões a partir de alimentação por exemplos já tem afetado nossa rotina a partir de reconhecimento facial, tradução de idiomas, mas também pela produção de vídeos fake e demais conteúdos duvidosos.
Esperemos então que Hinton seja efetivo mostrando ao mundo que toda descoberta humana tem duas faces. Resta-nos torcer que entre o bem e o mal, a inteligência artificial possa pender para o lado positivo e traga mais benefícios que perdas para o planeta Terra.
Como começar isso? Já está claro que a IA chegou para ficar e que podemos usá-la em todo o seu potencial para busca de soluções de nossos problemas. Para além dos chatbots, buscadores online e emails (que parecem oferecer sempre o que precisamos) é também possível incorporar IA em nossas análises de dados, previsão de tendências, segurança cibernética e assistente pessoal.
A chegada da IA nas bancadas de laboratório e no tratamento de dados dos experimentos é algo que deve também revolucionar a pesquisa científica.
Sim, o futuro chegou.
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Leia o texto anterior de Helinando Oliveira, na coluna Ciência Nordestina: A quem serve o negacionismo?
Helinando Oliveira é físico, professor titular da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e atualmente é vice presidente da Academia Pernambucana de Ciência
Helinando Oliveira
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