Talento potiguar na Microsoft Geral

Aluno do IMD/UFRN, Lucas Pinheiro, embarca em outubro para Washington, onde trabalhará como engenheiro de segurança de software

Um jovem apaixonado por videogame e que sonhava em trabalhar com segurança da informação. Esse é o perfil de Lucas Pinheiro Otaviano André, 22 anos, o potiguar que acaba de ser contratado pela Microsoft, na área de segurança de software (Security Software Engineer), em Redmond, Washington (EUA). Para garantir a vaga, Lucas teve que superar dois desafios: melhorar seu inglês em um mês, com ajuda de amigos, e se sair bem numa entrevista que durou 5 horas.

“Eu sempre fui curioso, desde pequeno dizia que ia estudar computação. O interesse pela área de segurança surgiu quando ganhei um videogame, em 2012, e quis desbloqueá-lo. Procurei na internet, consegui desbloquear e a minha curiosidade cresceu. Comecei a ler mais, a aprender, sobretudo o inglês, porque tudo nessa área é em inglês. Em 2014, eu dei o ponta pé inicial nos estudos sobre segurança, como autodidata, comecei a aprender sobre processadores”, conta Lucas que é um estudioso sobre emulação de videogames, engenharia reversa, vulnerabilidade de software, assembly e hacking.

Superação

O encontro de Lucas e a empresa de Bill Gates foi em dezembro de 2016, quando um dos profissionais que trabalha na área de segurança de software da empresa viu o site do jovem e começou a segui-lo em sua rede social (Twitter), na qual ele publicava seus trabalhos e estudos referentes à área de computação. Depois disso, o jovem foi convidado para uma entrevista técnica, via Skype, no dia 5 de fevereiro de 2017, feita por uma equipe de cinco engenheiros e, posteriormente, veio a notícia de sua contratação. “Agradeço a Deus por essa oportunidade”, revela.

Aluno concluinte do Bacharelado em Tecnologia da Informação do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN), ele termina o curso neste semestre e está providenciando o visto para se mudar para os EUA e começar a trabalhar em outubro próximo. No início, em 2013, Lucas se dedicou mais à ênfase livre e Sistemas Embarcados. Foi monitor das disciplinas Organização e Arquitetura dos Computadores e Sistemas Operacionais, a partir das quais participou de projetos de engenharia reversa no protocolo de comunicação do sistema de ar condicionado do IMD, além de outros projetos, como o de tranca eletrônica utilizando TOTP e protocolos de carros com OBD.

Expectativas profissionais e pessoais

Lucas conta que os professores do IMD Diomadson Rodrigues Belfort e Ivanovitch Medeiros Dantas da Silva foram seus maiores incentivadores e apoiadores. “Quando entrei na universidade achava algumas disciplinas chatas, mas os professores me ensinaram a importância de cada uma delas. Diante desse desafio resgatei muita coisa que eu não colocava em prática, em Matemática, por exemplo. Hoje quando vou estudar criptografia eu uso muito a Matemática. O importante é a gente estudar, fazer aquilo que gosta e contar com o incentivo de nossos professores”, conta.

Morador de Parnamirim (20 km de Natal), filho de Eudes Pinheiro André e Kátia Maria Otaviano Pinheiro, Lucas Pinheiro estudou na Escola Piaget e conta que a computação sempre foi sua meta e seu hobby. Em 2016 se candidatou a uma vaga no Programa Andifes de Mobilidade acadêmica, com bolsa do Santander, passando em primeiro lugar. Foi para Porto Alegre (RS) estudar durante um ano na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde cursou Engenharia da Computação.

Enquanto não desembarca em Washington, Lucas aguarda a realização de seu sonho. “Vou usar meu conjunto de conhecimentos para proteger pessoas comuns e seus computadores. Vou poder ajudar as pessoas e consequentemente vou aprender mais lá, e uma das coisas que eu mais amo é estudar. Eu espero coisas realmente boas”, confessa.

Para os jovens brasileiros, Lucas ensina a fórmula do sucesso: estudar e não desistir de seus sonhos, mesmo que lhe digam o contrário. “Eu nunca esperei ser notado e olha o que aconteceu comigo, onde cheguei”, comemora.