A má notícia é que o Nordeste tem baixo índice de inovação no Brasil
No Nordeste, o Rio Grande do Norte (RN) é líder e no Brasil, ocupa a 11ª posição no Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID), lançado hoje pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). O índice constitui um mapa completo e atual da inovação no País, revelando o desempenho dos ecossistemas locais de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) sob diferentes perspectivas. O documento completo, contendo 60 páginas, pode ser lido ao final dessa matéria.
O RN é destaque nacional em ‘Economia’ (puxado pela dimensão ‘Crédito’) e com bom desempenho regional em ‘Infraestrutura’, ‘Conhecimento e tecnologia’ e ‘Negócios’ – é o estado mais inovador do Nordeste.
No quesito Economia, o estado ficou atrás apenas de São Paulo, ocupando a 2ª posição nacional. Nesse indicador, a escala de mercado, a disponibilidade de crédito e um ambiente econômico que apoie e estimule o investimento são elementos fundamentais para que as empresas prosperem e a inovação ocorra. O subíndice do IBID referente ao pilar de inovação ‘Economia’ possui três dimensões estruturadas em torno das condições de mercado e do nível total de transações: Crédito, Investimento e Indústria, comércio e serviços.
Bem situado nos pilares Negócios (8ª nacional, 1º do NE), Conhecimento e tecnologia (9ª colocação no país e 2ª no Nordeste, atrás apenas do Ceará) e Infraestrutura (11º), o RN teve baixo desempenho nos indicadores Economia criativa (17º), Instituições (19º) e Capital Humano (20º).
Entendendo o Índice
O IBID foi desenvolvido com base na metodologia do Índice Global de Inovação (IGI), da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Publicado desde 2007, o IGI é o indicador global de referência no tema, classificando 132 países a partir de suas potencialidades e gargalos. Na edição mais recente, em 2023, o Brasil ocupou a 49ª posição no ranking mundial e a primeira posição no ranking regional (América Latina e Caribe), subindo cinco colocações em relação ao ano anterior.
Medido por um número que varia de 0 a 1, o IBID é um índice sintético que agrega 74 indicadores estatísticos coletados junto a fontes oficiais e/ou disponíveis publicamente, os quais são distribuídos em sete pilares (instituições, capital humano, infraestrutura, economia, negócios, conhecimento e tecnologia e economia criativa). Esses pilares subdividem-se em 21 dimensões, como crédito, investimentos, educação, ambiente regulatório, sustentabilidade, criação de conhecimento, ativos intangíveis, entre outros.
“A inovação passou a ser considerada de modo mais geral e horizontal em sua natureza: não está mais restrita aos laboratórios e artigos científicos. O IBID trabalha com esta definição ampliada do processo inovativo”, explica o economista-chefe do Inpi, Rodrigo Ventura.
Melhor entre os piores
Os bons indicadores apresentados pelo RN, entretanto, quando analisados no quadro geral não são animadores. Os estados do Nordeste concentram-se na metade inferior do quadro de classificação geral do IBID. Dentre os nove estados região, oito estão situadas nas últimas 15 posições do ranking. Pernambuco (13º), vice-líder regional, registra melhor desempenho, em termos relativos, em ‘Economia criativa’. O Ceará (14º) destaca-se regionalmente em ‘Conhecimento e tecnologia’, enquanto a Bahia (15º) registra melhor desempenho relativo em ‘Economia’.
Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (documento completo).
Redação Nossa Ciência
Formidável. Devemos viralisar para que sirva de incentivo.