Quanto mais nações investirem em conhecimento mais riquezas gerarão para o seu povo
Uma curiosidade que pouca gente se atenta em observar é que as maiores potências do mundo são as que mais desenvolvem pesquisa. Isso faz com que elas sejam justamente as maiores potências do mundo. Quanto mais nações investirem em conhecimento mais riquezas gerarão para o seu povo, pois conhecimento é facilmente transformado em soluções, de todas as naturezas possíveis.
No entanto, esse processo resulta em maior competitividade (entre nações e entre empresas financiadas por suas nações). Perder a hegemonia do mercado não é do interesse para aqueles que estão na liderança e isso faz com que não seja desejável (aos olhos do capitalismo) que todo o planeta invista em pesquisa científica.
Para garantir o lucro das grandes corporações, é fundamental que existam bolsões de pobreza que ofereçam trabalho gratuito e insumos a preço de banana. Com isso, muitas nações renunciam à sua dignidade para se colocar a serviço do capital, mesmo que isso signifique mergulhar seu povo em desgraça, fome e miséria.
A pesquisa para um país é a garantia de soluções “caseiras” produzidas pelo seu próprio povo. Quando se abre mão deste artifício, passa-se a admitir uma subserviência extremamente perigosa com a “ideologia neoliberal”.
O cientista, com ou sem financiamento, precisa ter um norte para suas pesquisas, balizado na pergunta principal: “Quem lucra com as minhas ideias?” Se considerarmos que o financiamento das pesquisas pelo mundo é primariamente feito pelo Estado, é fundamental haver um compromisso de toda a pesquisa com o financiador: o povo.
Trazendo para o contexto do Brasil, forte candidato a nação explorada pelo liberalismo financeiro, é ainda mais crítico compreender para onde são direcionados os esforços de nossa suada e resiliente ciência. É evidente que o caráter universal de certas temáticas (ciências básicas) não tem predileção por localidade ou contextualização, porém é fundamental que a ciência aplicada esteja voltada ao desenvolvimento do país, focada em temas que afetem o povo brasileiro, como doenças negligenciadas, a fome, o clima, entre tantas outras.
Levando os problemas da nação ao foco da ciência brasileira passaremos a ter uma condição ideal de retorno do financiamento púbico às soluções que o povo tanto precisa. Menos lucro às grandes corporações, mais dignidade aos brasileiros.
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Helinando Oliveira é Professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) desde 2004 e coordenador do Laboratório de Espectroscopia de Impedância e Materiais Orgânicos (LEIMO).
Helinando Oliveira
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