Dispositivo desenvolvido por professor da UFPB é de baixo custo e permite a conversão de parâmetros analógicos ambientais e físicos para processamento por computador
De acordo com o docente, a invenção não é um equipamento em si; trata-se de um circuito eletrônico que pode ser aplicado em instrumentação industrial, em sistemas embarcados (programas e sistemas embutidos em microprocessadores), nas indústrias automotiva, eletroeletrônica e eletrônica de consumo, a exemplo de televisores, micro-ondas e geladeiras inteligentes.
O valor da invenção depende muito da qualidade de seus componentes. Segundo o pesquisador, ele pode custar poucos dólares, mas se o volume de produção for alto, o custo pode chegar a centavos de dólares.
“Praticamente em tudo, hoje em dia, existe processamento digital por meio de computadores e programas de computador, contudo, o mundo é analógico e surge então a necessidade de conversores eletrônicos. Por meio desses conversores, é possível fazer a conversão de parâmetros analógicos ambientais e físicos, como a temperatura, pressão e umidade, para serem utilizados e processados pelo computador”, explicou o Prof. Protásio.
O conversor recebe informações analógicas do mundo real e transforma em bit (digito binário) para o computador realizar o processamento. Esses conversores são chamados de ADC e são os circuitos eletrônicos mais vendidos no mundo devido a essa aplicação.
No meio eletrônico, existem vários tipos de conversores analógicos para digitais e tecnologias que fazem essa conversão, entre eles está o conversor analógico para digital sigma-delta – considerado top de linha. “Eles são bem melhores e apresentam comportamento diferenciado, porém, o circuito eletrônico desses conversores sigma-delta é mais complexo”, disse o docente.
O Prof. Protásio contou que, ao diminuir a complexidade de seu funcionamento, eles ficam mais baratos e acessíveis. Além disso, o invento também pode ser usado em um dispositivo com a tecnologia de Internet das Coisas, ou Internet of Things (IoT).
“Hoje, com esses dispositivos, todas as coisas terão o poder de estar interligadas na internet. A tecnologia IoT se baseia muito em monitoramento remoto e em sensores. Portanto, a invenção pode ser aplicada na indústria de IoT. Com isso, os custos dessa tecnologia podem ficar mais baratos”, explicou Prof. Protásio.
Para desenvolver a tecnologia com menor custo, o docente usou circuitos digitais simples do tipo contador, que consiste em um circuito que conta os bits ‘1’ em ordem crescente (1, 2, 3, etc.). Além disso, ele fez a interconexão com alguns blocos básicos dos conversores sigma-delta, bastante utilizados em circuitos integrados Very Large Scale Integration (VLSI), que atualmente é a tecnologia predominante na indústria microeletrônica.
O invento conta com o apoio da Sociedade Brasileira Micro-Eletrônica (SBMicro). A entidade vai oferecer ferramentas computacionais para a construção de um circuito integrado utilizando o conversor criado na UFPB. A invenção também está sendo aproveitada pelo Núcleo de Excelência em Internet das Coisas, fomentado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq/PB) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O invento já obteve carta patente do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual) por meio da Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova) e aguarda o interesse de empresas para a comercialização no mercado.
Fonte: Ascom da UFPB
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