Nesse momento, a vacina é a solução do problema e precisa chegar a toda e todo brasileiro o mais rápido possível
Há exatos 365 dias começava um pesadelo que parece não ter fim. A pandemia que já foi tratada como gripezinha é muito mais forte do que se imaginava. A ciência, todavia, fez a sua parte – temos mais de meia dúzia de vacinas à disposição no mercado. E na vida é assim: “quem faz vende, quem não faz compra”. A ciência só segue a regra geral.
E como tem sido difícil falar de ciência nestes dias. Quase impossível tirar da cabeça que a cada minuto morre um brasileiro por covid. E mesmo assim a negação da ciência vem vencendo, por mais óbvios que sejam os resultados trágicos que explodem no meio da sociedade. Já entendemos que lavar as mãos, usar máscara e evitar aglomerações efetivamente salva vidas. Mas mesmo assim, as pessoas preferem agrupar nas festas, se contaminar, lotar UTIs. Incompreensível a tranquilidade com que as pessoas respondiam às informações do número de leitos vagos (quando estes existiam). Vale mesmo a pena pegar o vírus e arriscar uma intubação? Ter leitos de UTI disponíveis significava não ter atingido o colapso no sistema de saúde – e de que as pessoas não morreriam desassistidas. Não era conforto algum. Não era vale-festa.
O Brasil já responde diariamente por mais de 20% do número de mortes por covid no mundo. Quando entenderemos que tudo é real? Quando respeitaremos o lockdown e deixaremos de ver cenas de festas clandestinas nas noites?
A primeira etapa da cura é o reconhecimento do problema. E neste caso, uma nação inteira precisa perceber o tamanho do tsunami sem precedentes que está dizimando seu povo – já estamos próximos aos 300 mil mortos.
Até mesmo os maiores defensores do “tratamento precoce” tomaram a vacina. Sim, ela efetivamente é a solução do problema e precisa chegar a toda e todo brasileiro o mais rápido possível. Somos um povo feliz e inteligente. Basta de fake news. Vamos tratar seriamente o problema e vacinar nosso povo o mais rápido possível. Pelo futuro, por todos os que perderam suas vidas e por todos os que choram por seus entes queridos.
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Helinando Oliveira é Professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) desde 2004 e coordenador do Laboratório de Espectroscopia de Impedância e Materiais Orgânicos (LEIMO).
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