Astrônomos da UFRN participam da descoberta de planeta extra-solar saturniano
Exoplanetas são importantes porque nos ensinam o quão raro pode ser o surgimento e a evolução da vida na forma que encontramos na Terra. Pesquisadores do Grupo de Estrutura, Evolução Estelar e Exoplanetas (Ge3) do Departamento Física Teórica e Experimental (DFTE) da UFRN participaram da descoberta de mais um deles. Desta vez, é do tipo sub-saturno quente com período orbital de, aproximadamente, 18 dias. O planeta TOI-257b (HD 19916) é o segundo exoplaneta com participação do grupo da UFRN e utilização dos dados do Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA). Há dois anos, o grupo anunciou o exoplaneta do tipo “Saturno quente” TOI 197b com período orbital de 14 dias e também descoberto em 2019, com ajuda do telescópio.
O astrônomo da UFRN, José-Dias do Nascimento Júnior, e o doutorando Leandro de Almeida estudam a evolução das estrelas e sua estrutura. O grupo tem fornecido uma ajuda valiosa aos caçadores de planetas que buscam esses novos mundos. Os pesquisadores contribuem para o desenvolvimento do objetivo principal e maior da missão TESS da NASA que é a descoberta de planetas fora do Sistema Solar.
TOI-257b está a cerca de 250 anos-luz de distância e completa uma órbita em torno de sua estrela a cada 18 dias. É provável que seja um mundo gasoso, dada sua baixa densidade. A sua massa é quarenta vezes maior que a da Terra, mas o volume é quase 350 vezes maior. Além das observações espaciais, o grupo de pesquisadores contou com observações em terra feitas com o observatório Minerva-Australis, um conjunto de cinco telescópios robóticos com abertura de 70 centímetros no Observatório Mount Kent, operado pela USQ, perto de Greenmount. Esses, forneceram suporte crucial para as observações do TESS da NASA.
“Esta é uma descoberta importante para nosso grupo na UFRN, pois, em dois anos, estamos anunciando o segundo exoplaneta com nossa participação. TOI-257b é um exemplo do que os astrônomos chamam de ‘sub-Saturnos’, que são planetas maiores que Netuno e menores que Saturno. É um tipo de planeta ausente no Sistema Solar, apesar de possível”, disse José-Dias.
Em janeiro, a missão TESS entregou um total de 1.604 candidatos planetários e observações de acompanhamento que resultaram em um total de 37 descobertas planetárias confirmadas. O grupo da UFRN é, atualmente, o único time brasileiro diretamente envolvido com a descoberta de exoplanetas com o TESS.
Para Leandro de Almeida, que também participou da recente descoberta do TOI-257b, além da descoberta desse exoplaneta, aparentemente raro (com o tamanho entre Netuno e Saturno), também foi possível a caracterização da hospedeira com incrível precisão e utilizando sismologia estelar. “Isso coloca esse sistema entre os poucos que possuem uma caracterização muito precisa.” comentou.
Missão TESS, da NASA
Em lições aprendidas com os exoplanetas, José-Dias do Nascimento afirma que o universo é um lugar peculiar e diverso, com muitos tipos de planetas. “Existem os sub-Saturnos, as superterras e os mini Netunos. Esses planetas não existem no nosso quintal, o sistema solar”, reforça. O pesquisador da UFRN adianta que os dados mostram ainda fortes evidências de um segundo planeta no sistema. Seria o TOI-257c, que esperam confirmar entre 2021 e 2022.
Fonte: Agecom/UFRN
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