A pandemia, o distanciamento social e o trabalho feito em casa lançaram um grande desafio para a ciência mundial
A imprensa tem mostrado inúmeras tentativas de diferentes setores da economia em retomar a uma normalidade que não é permitida até que se tenha vacinação em massa para a população. Por outro lado, as Universidades Públicas aderiram (em sua maioria) a um semestre extraordinário remoto cujas atividades presenciais são acertadamente evitadas. Não é seguro mandar estudantes para a sala de aula.
No entanto, um grande dilema surge quanto às atividades presenciais em laboratório de pesquisa, que são os espaços em que são desenvolvidos os trabalhos experimentais da pós-graduação (dissertações e teses) cujos prazos estão em andamento. E nestes casos, os cronogramas seguem naturalmente. Durante os últimos quatro meses, grande parte das atividades se concentrou em revisões bibliográficas, o que não impediu, no entanto, de fazer com que as atividades experimentais fossem seriamente comprometidas, dada a descontinuidade de atividades imposta pela covid.
Isso significa que os estudantes terão menos tempo para realizar as atividades que eles se comprometeram a fazer. Além de todo o tempo que se passou, soma-se o agravante de não existir nenhuma previsão realista sobre a conclusão dos testes e a chegada de vacinas no país.
Considerando que a promoção da saúde de todos é premissa básica de qualquer atividade profissional, temos de considerar como prioritário um plano seguro e responsável de retomada de atividades laboratoriais, que minimize o prejuízo nos prazos dos estudantes sem colocá-los em condição de risco de contaminação.
Dessa forma, é fundamental construir escalas de trabalho e protocolos de higienização rígidos que garantam segurança e distanciamento em todas as atividades. Na idealidade, as instituições deveriam garantir testagem aos pesquisadores e estudantes assim como todos os EPIs e materiais necessários para o trabalho em segurança.
Adequações precisam ser feitas para integrar o trabalho feito em casa com o produto desejado para as dissertações de mestrado e teses de doutorado, minimizando (quando possível) a necessidade de contato com os laboratórios. Este é o grande desafio do momento para a ciência em todo o planeta.
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Helinando Oliveira é Professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) desde 2004 e coordenador do Laboratório de Espectroscopia de Impedância e Materiais Orgânicos (LEIMO).
Nossa Ciência firmou parceria com a Saiba Mais – Agência de reportagem e jornalismo independente do Rio Grande do Norte. Saiba Mais.
Helinando Oliveira
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