Percepção individual sobre coronavirus Pesquisa

quinta-feira, 23 abril 2020
(Foto Leopoldo Silva-Agência Senado-fotos publicas)

Pesquisa mapeia casos suspeitos e confirmados da COVID-19 na Região Metropolitana de Natal a partir da percepção dos moradores

Você conhece alguém que contraiu o Covid-19? Se lhe fosse feita essa pergunta, qual seria sua resposta? Em Natal, pouco mais de 34% das pessoas que responderam à Pesquisa Participativa para o Mapeamento da Covid-19 na Região Metropolitana de Natal-RN, entre 15 e 19 de abril, através da internet, afirmaram que sim. A leitura das respostas pode ajudar na produção de mapas de cenários de risco de propagação do vírus e de vulnerabilidade social e assim estimar quais grupos sociais estão desproporcionalmente mais vulneráveis ao vírus.

A pesquisa está sendo desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa Georisco, que faz parte do Núcleo de Pesquisas sobre Desastres, recentemente criado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A coordenação do trabalho é do professor Lutiane Queiroz de Almeida e da pesquisadora Marysol Dantas de Medeiros.

O Georisco está encabeçando a Força Tarefa, chamada de CoronaRisco, para a organização de bancos de dados e na produção gráfica e cartográfica a respeito do vírus COVID-19. Com os dados da pesquisa, o interesse do grupo é realizar o mapeamento dos casos suspeitos e confirmados da COVID-19 na Região Metropolitana de Natal-RN, a partir da percepção dos moradores, que voluntariamente responderem à pesquisa.

Números

A leitura preliminar das informações já coletadas indica que em Natal os bairros de Capim Macio, Candelária e Lagoa Nova apresentam os maiores índices de contaminação e de mortes, na percepção dos entrevistados. Quase 4 mil moradores (3996) de todos os bairros de Natal já atenderam ao convite do Georisco e responderam à pesquisa.

Coordenador da pesquisa, Lutiane Almeida (Foto: Divulgação UFRN)

Para o coordenador do trabalho, o alcance de 100% dos bairros de Natal foi conquistado com o intenso uso de redes sociais. “Conseguimos atingir 100% dos bairros de Natal compartilhando a pesquisa para o máximo de contatos e grupos de Whatsapp possíveis. Contamos com o apoio de colegas, alunos e até com clientes de prestadores de serviços. Divulgamos em redes sociais (Instagram e Facebook) e contamos com a divulgação da agência de comunicação da UFRN e outros portais como o Nossa Ciência”, esclareceu.

Resultado preliminar da pesquisa.

A metodologia do trabalho tem sido realizada em compartilhamento com os Laboratórios de Geoprocessamento e Cartografia Social (Labocart), de Climatologia e Recursos Hídricos (LCGRH) e de Planejamento Urbano e Regional (Lapur), do Departamento de Geografia, da Universidade Federal do Ceará (UFC). Após a conclusão das pesquisas na Região Metropolitana de Natal, serão feitos estudos comparativos entre Natal, Fortaleza e São Luís.

“Na Força Tarefa CoronaRisco nós ainda temos produzido mapas de monitoramento de casos confirmados e óbitos no Brasil, na Região Nordeste, no Rio Grande do Norte e em Natal. Ultimamente, dada a repercussão da força-tarefa, temos estabelecido parcerias para a produção de mapas, uma delas é com o Estado do Paraná e a Região Metropolitana de Curitiba”, informa Lutiane.

A equipe é composta pelos pesquisadores Jhonathan Lima de Souza e Vinnicius Dionízio e pela alunas de graduação Ana Clara Belchior e Francisca Oliveira. Iniciada no dia 15, a pesquisa já coletou as respostas de quase 7 mil pessoas. Destas, 67,3% são do sexo feminino e 32,7%, masculino.  Ainda em andamento, quem quiser colaborar pode responder aqui.

Para saber mais:

Sobre os resultados preliminares

Sobre a força tarefa CoronaRisco

Sobre a pesquisa realizada em Fortaleza pelo Laboratório de Geoprocessamento e Cartografia Social da UFC

Mônica Costa

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